Os outros são mais importantes

Geshe lá diz:
Nossa visão instintiva é que somos mais importantes que todos os outros, enquanto a visão de todos os seres iluminados é que os outros é que são mais importantes.

Qual dessas visões é a mais benéfica? Segundo o mestre (Gyatso), desde tempos sem início, temos sidos escravos da nossa mente de autoapreço, acreditando que a melhor maneira de solucionar nossos problemas e de encontrar felicidade verdadeira é colocarmos nossos interesses à frente dos interesses de qualquer outra pessoa ou ser.
Temos trabalhado longa e arduamente para o nosso próprio benefício, mas o que temos para mostrar? Solucionamos nossos problemas e encontramos a felicidade duradoura que desejávamos? Não.
É evidente que perseguir nossos próprios interesses egoístas é algo que tem nos enganado. Depois de termos exagerado a nossa própria importância, gerando raiva, ciúme, apego e ganância, durante várias vidas, agora é a hora de compreender que isso simplesmente não funciona.
Incontáveis seres iluminados descobriram que, abandonando o auto apreço e apreciando somente os outros, experienciariam verdadeira paz e felicidade. Se praticarmos os métodos que eles ensinaram, não haverá razão de não sermos capazes de fazer o mesmo. Não podemos esperar mudar a nossa mente da noite para o dia, mas, praticando pacientemente e de modo constante as instruções de apreciar os outros – enquanto, ao mesmo tempo, purificamos negatividades e recebemos bênçãos – podemos substituir, gradualmente, nossa atitude comum de autoapreço pela atitude sublime de apreciar todos os seres vivos.
Para fazer isso, não precisamos mudar nosso estilo de vida; o que precisamos mudar são as nossas intenções. Nossa visão comum é que somos o centro do universo e que as outras pessoas e coisas têm sua importância medida principalmente pelo modo como nos afetam. Nosso carro, por exemplo, é importante simplesmente porque “é nosso”, e nossos amigos são importantes porque nos fazem felizes. Estranhos, por outro lado, não nos parecem tão importantes, porque não afetam diretamente a nossa felicidade. Se o carro de um estranho for danificado ou roubado, não ficaremos muito preocupados. Essa visão autocentrada do mundo fundamenta-se em ignorância e não corresponde à realidade. Essa visão é a fonte de todas as nossas intenções comuns e egoístas.
É justamente porque pensamos: “eu sou importante”, “eu preciso disso” ou “eu mereço aquilo” que nos envolvemos em ações negativas, que resultam num fluxo interminável de problemas para nós e para os outros.

Geshe lá termina dizendo:
Praticando essas instruções, podemos desenvolver uma visão realista do mundo, fundamentada na compreensão da igualdade e da interdependência entre todos os seres vivos.

MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Enquanto a mente que aprecia somente a nós mesmos é a base para todas as experiências impuras – experiências que nos levam ao sofrimento (samsáricas), a mente que aprecia os outros é a base para todas as boas qualidades da iluminação – qualidades que nos levam à felicidade permanente.

COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Nossa visão instintiva é que somos mais importantes que todos os outros, enquanto a visão de todos os seres iluminados é que os outros é que são mais importantes.
Apreciar os outros não é tão difícil. Tudo o que precisamos fazer é compreender porque devemos apreciar os outros e, então, tomar a firme decisão de fazê-lo.
Buddha dizia: Apreciar os outros é o primeiro passo para a iluminação. Enquanto não dermos esse primeiro passo, permaneceremos estagnados no sofrimento do samsara – esse ciclo de nascimento, velhice, doença e morte.

FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Nos próximos três minutos
Pratique continuamente essa meditação até que você possa sentir espontaneamente que “quando enxergarmos todos e cada um dos seres vivos como importantes, naturalmente desenvolveremos boas intenções em relação a eles”.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos, e desenvolva um profundo e poderoso sentimento de apreço por todos os seres vivos.

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