O poder espiritual da Paz

Segundo os bondosos mestres no Tibete Oriental, o essencial nesta vida é desenvolver qualidades positivas – qualidades que são inerentes à mente – e usá-las para ajudar os outros.
Podemos até pensar – e geralmente pensamos – que somos cultos e competentes por termos passado muitos anos em uma escola ou empresa. No entanto, é pouco provável que algum de nós tenha recebido uma educação formal sobre a bondade... ou tenha aprendido algo sobre a verdadeira causa da paz e da felicidade.
O que estamos aprendendo aqui pode ser usado por qualquer pessoa que deseja expandir as qualidades positivas da mente - que são fontes naturais de benefícios para si mesmo e para os outros; e ao mesmo tempo, estamos aprendendo a reduzir hábitos egoístas e negativos - que são fonte de sofrimento para todos.
É preciso compreender que a maneira habitual de enfrentar os desafios – tentando mudar tudo e todos – não dá certo, pois não atinge a raiz do problema: a negatividade que se encontra em nossa mente.
Tentar mudar o mundo sem mudar a nossa mente é como tentar limpar o rosto sujo que vemos no espelho esfregando o vidro. Só é possível alterar a imagem depois de lavar o rosto e pentear o cabelo. Do mesmo modo, se pretendemos ajudar a criar as condições propícias a paz e ao bem estar no mundo, precisamos, antes de mais nada, refletir essas qualidades.
O ponto de partida é o desejo sincero de beneficiar os outros tanto quanto beneficiamos a nós mesmos. E ao reconhecer que assim como nós, todos desejam se libertar do sofrimento e encontrar a felicidade, procuramos cuidar da mesma maneira, de nós e dos demais seres. Com o tempo, essa motivação se expande ainda mais e passamos a considerar que as necessidades dos outros são mais importantes que as nossas.
Passamos, então, a cultivar uma compaixão ilimitada e imparcial, não apenas por nossos filhos, amigos, pais e pessoas das nossas relações, mas por todos os seres, sem preferências.
Essa compaixão – o desejo de aliviar o sofrimento de todos os seres sem distinção – se refere à mente de sabedoria, a mente de um herói, de um guerreiro espiritual, que é completamente altruísta.
Esse guerreiro é alguém que assumiu a tarefa exclusiva de atender às necessidades dos outros, por mais difícil que isto seja. Nesse caminho, ao reduzir o ego, o amor e a compaixão surgem naturalmente.
No treinamento para a paz começamos no nível em que estamos, com o desejo de sentir cada vez mais amor e compaixão por aqueles que nos são próximos. A seguir vem a prática para que esse desejo se expanda até que os limites e obstáculos se dissolvam e que nossas qualidades mais íntimas cresçam infinitamente.

Esse é o propósito transformador do treinamento: apresentar métodos para reduzir os pensamentos negativos e prejudiciais, reduzir as palavras e ações egoístas, e aumentar o que é bom e benéfico.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO, FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Para que o poder espiritual da paz possa tocar a todos, nesta Terra, deve ser irradiado de uma paz profunda na mente.


COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Só podemos alcançar essa estabilidade através da purificação dos venenos da mente: a ignorância, a raiva, o apego, a inveja e o orgulho.
Então veremos claramente que todas as guerras e sofrimentos são apenas o reflexo externo desses venenos.
O verdadeiro pacifista (guerreiro espiritual) é aquele que mantém uma paciência e uma disciplina extraordinárias, em suas mentes, ao enfrentar a realidade que é atravessada por estes venenos.
Se realmente compreendermos isso, nunca seremos derrotados, interna ou externamente.
Nós que defendemos a paz, não podemos nos envenenar com a raiva, mas sim olhar com equanimidade aqueles que praticam a violência, permanecendo atentos ao nosso estado mental.


FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Neste momento, busque uma paz interior... Mas uma paz interior tão pura e estável que seja impossível, pra você, ser tomado pela raiva diante de qualquer violência.

Assim que essa sensação DE PROFUNDA PAZ surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos (...).

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.


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