No Vietnã, quando eu era um monge ainda jovem, cada templo da aldeia tinha um grande sino, como aqueles das igrejas cristãs da Europa e da América. Sempre que o sino tocava, todos os aldeões interrompiam o que estavam fazendo e faziam uma pausa de poucos minutos para inspirar e expirar conscientemente. Essa técnica nos traz de volta à vida que flui no momento presente...
Perceba...
Muitos de nós, embora vivos, não estamos realmente vivos, por não termos a capacidade de entrar em contato com a vida no momento presente.
Corremos de um lado para outro, mas não estamos em harmonia com o que estamos fazendo; não estamos em paz. Nosso corpo está aqui; nossa mente, porém, está em algum outro lugar – no passado ou no futuro, dominada pela raiva, pela frustração, por esperanças ou sonhos. Não estamos realmente vivos; parecemos fantasmas.
Só se encontra a vida no momento presente
A melhor forma de entrar em contato com algo é fazê-lo com consciência. E você sabe que é possível entrar em contato inconscientemente. Quando você lava o rosto de manhã, você pode tocar seus olhos sem nem sequer estar consciente de que os está tocando. Você pode estar pensando em outras coisas, mas se fizer as suas tarefas com atenção, seus atos serão muito mais significativos.
Leve sua atenção ao seu coração.
Diga a si mesmo
“Inspirando, estou consciente do meu coração. Expirando, sorrio para o meu coração”.
Nosso coração tem trabalhado dia e noite, durante muitos anos, para nos manter vivos. O coração prossegue em sua obra de nos proporcionar paz e bem estar, mas nós não o notamos nem o apreciamos.
Nós apenas notamos de perto as coisas que nos fazem sofrer e, por esse motivo, fazemos o coração passar por momentos difíceis, com nossas preocupações e fortes emoções, e com o que comemos e bebemos.
Quando inspiramos e nos tornamos conscientes de nosso coração, e quando expiramos e sorrimos para o nosso coração, ficamos iluminados. Quando sorrimos para o nosso coração, nós o estamos massageando com compaixão.
Quando sabemos o que comer e o que não comer, o que beber e o que não beber, que preocupações e desesperos evitar, conservamos nosso coração fora de perigo.
Essa é uma meditação de amor...
Nossos olhos somos nós. Nosso coração somos nós. Se formos incapazes de amar nosso próprio coração, como poderemos amar uma outra pessoa? Exercer o amor é, antes de tudo, pôr em prática um amor dirigido a nós mesmos – cuidando do nosso corpo, do nosso coração, do nosso fígado. Estamos cuidando de nós mesmos com amor e compaixão.
Todos os dias entramos em contato com o que está errado e, consequentemente, estamos nos tornando cada vez menos saudáveis. É por isso que temos de aprender a prática de chegar ao que não está errado – dentro e fora de nós.
Quando caminhamos atentamente e tocamos à Terra com nossos pés, quando tomamos chá com amigos e apreciamos esse chá e a nossa amizade, ficamos curados e podemos transmitir essa cura à sociedade. Quanto mais tenhamos sofrido no passado, mais fortes nos tornaremos como agente de cura.
Não temos de morrer para entrar no Reino dos Céus. Na verdade, precisamos estar completamente vivos. Quando inspiramos e expiramos e abraçamos uma bela árvore, estamos no Céu. Quando respiramos conscientemente, conscientes de nosso corpo, somos imediatamente transportados para o Paraíso.
A paz está ao nosso alcance. Temos apenas que entrar em contato com ela. Quando alcançamos a paz, tudo se torna real. Passamos a ser nós mesmos, plenamente vivos no momento presente, e a árvore, nossos filhos e tudo o mais se revelam a nós em seu mais absoluto esplendor.
“O milagre é caminhar sobre a Terra”. Essa declaração foi feita pelo mestre Zen Lin Chin. Ele diz: “O milagre não é caminhar pelo ar, ou sobre as águas, mas andar sobre a Terra”. A Terra é tão linda... Nós também somos lindos. Então, podemos permitir a nós mesmos andar conscientemente, tocando a Terra, nossa mãe maravilhosa, a cada passo.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
A paz está ao nosso redor – no mundo e na natureza - e dentro de nós. Quando aprendermos a entrar em contato com essa paz, estaremos curados e transformados.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Nosso verdadeiro lar está no momento presente. E viver o momento presente é um milagre. O milagre não está em caminhar sobre as águas. O milagre está em caminhar na terra (verdejante) no momento presente, apreciar a paz e a beleza que estão agora ao nosso alcance. E não é uma questão de fé; é uma questão de prática.
É encontrar os meios de trazer seu corpo e mente de volta ao momento presente, a fim de que você possa entrar em contato com o que é revigorante, salutar (saudável) e maravilhoso.
FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Tendo compreendido esse ponto, nos recolhemos em nós mesmos e desfrutamos a nossa respiração:
Quando inspiramos dizemos, em silêncio:
“Ouça, ouça”
E quando expiramos, dizemos:
“Este som maravilhoso me transporta ao meu verdadeiro lar”
Pratique continuamente essa meditação até que você “possa sentir” um profundo silêncio dentro.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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