Dançando loucamente da eternidade para a eternidade

Silencie seu corpo e sua mente. Escute o som da sua respiração. E lentamente penetre a couraça do seu corpo físico... Chegue a um lugar sem forma, sem fronteiras... Um puro espaço.

O mestre Zen (Hyakujo) diz:
O que quer que seja que você conheça sobre você mesmo, não é você. Isso é imensamente significativo, compreender que você está perdido, que apenas se esqueceu de quem você é.
O conhecedor dentro de você (Aquele que sabe) está além da sua mente, você não pode nem pensar sobre ele. Você pode simplesmente manifestá-lo. E o sutra vindo de Buddha diz: “É uma recordação”.

E você deve ter sentido isso uma vez ou outra... Em todas as línguas existe a expressão “está bem na ponta da minha língua”; um nome, você pode até ver o rosto, você sabe o nome, está bem na ponta da sua língua, mas ele não sai. E quanto mais você tenta, quanto mais tenta se lembrar, mais estreito fica o espaço no qual o esquecido pode tornar-se novamente um reconhecimento.

Mas chega um ponto que você desiste. Você não pode ir além disso; você não vai enlouquecer por isso; você simplesmente sai para caminhar, ou começa a cavar no seu jardim e, de repente, a partir do nada, o nome é recordado. Você nunca o esqueceu. Não é assim?
Então qual era o mecanismo que o estava impedindo de vir à superfície? O mecanismo é simples: quanto mais a sua mente estiver cheia de pensamentos, tensões, preocupações, mais distante você está de si mesmo. No momento em que a mente fica silenciosa, você fica subitamente centrado no seu próprio ser.

E não há nenhum outro êxtase maior, nenhuma outra felicidade maior, do que saber quem é você. Conhecer o espaço interior é conhecer tudo. É um silêncio ilimitado, mas não morto, é vivo com suas próprias canções, com suas próprias danças.
Olhe dentro e você verá que você está dançando loucamente... Da eternidade para a eternidade... Sua dança continua sem parar... E cada vez mais flores começam a se abrir no Ser mais interior, até o silêncio é aromático.

Não há nada de especial nisso. É a experiência mais simples e natural. Apenas não peça para ser especial e esse algo é seu; apenas não vá numa jornada de poder e ele é seu, simplesmente assim. É a sua própria natureza; mesmo se você tentar abandoná-la por aí, não é possível.

Não há meio de você não ser um Buddha – ou seja, um Ser desperto, Iluminado. O que existe é uma pequena diferença – que nem vale a pena chamar de diferença. Alguns budas estão adormecidos, alguns budas estão acordados. Os que estão acordados estavam adormecidos antes, os que estão adormecidos agora, irão, na sua própria hora de amadurecer, de florescer, tornar-se budas. A diferença não existe absolutamente.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO
Quem é você?


COMPREENSÃO / REFLEXÃO
O mestre diz:
Você chegou a uma encruzilhada na jornada, e precisa responder... Quem é você?
Ele não está perguntando seu nome, ele sabe o seu nome. Ele não está perguntando nada a respeito de sua personalidade; o mestre conhece todas as suas camadas... Ele está perguntando diretamente: “quem está aí dentro, dentro de todas essas roupas, do corpo, dos ossos, da mente, dos pensamentos; Quem está aí no verdadeiro âmago mais interior”?
Você consegue sentir o silêncio, a alegria dos bambus? Você vê a chama do seu próprio ser?


FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Nos próximos três minutos, penetrem um silêncio absoluto... Fechem os olhos... Nenhum movimento do corpo ou da mente.
Apenas sejam no seu próprio Ser. Sinta a sua própria chama interior... Aproximem-se dela. Deliciem-se nela. Isto é a própria essência do Zen.

Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário