A única maneira de compreendermos a nossa verdadeira natureza é simplesmente praticar meditação. Simplesmente estar aqui, tal como somos - essência da mente, mente original, face original, natureza de Buddha, vacuidade. Todas essas palavras significam a quietude absoluta de nossa mente.
(então perceba...) Você sabe como descansar fisicamente, mas você não sabe como descansar mentalmente. (e) Muito embora você se deite na cama, a sua mente continua ocupada. Mesmo que você durma, sua mente estará ocupada, sonhando. Sua mente está sempre em intensa atividade, (e) isso não é nada bom. Deveríamos saber como abandonar nossa mente pensante, (a) nossa mente ocupada. (mas) Para ir além da nossa faculdade de pensar é necessário ter uma firme convicção da natureza vazia da mente. Acreditando no perfeito repouso de nossa mente, deveríamos retornar ao nosso puro estado original.
Se sua mente está vazia, ela está pronta para qualquer coisa. Nosso ensinamento é apenas viver, sempre dentro da realidade, em seu sentido preciso. Fazer o nosso esforço, momento após momento, é o nosso caminho. A mente zen.
O propósito de estudar o Dharma, é estudar a nós mesmos e esquecer-nos de nós mesmos. Quando nos esquecemos de nós mesmos somos de fato a verdadeira atividade da grande existência ou a realidade própria. Quando percebemos isso, deixa de haver qualquer problema nesse mundo e podemos desfrutar a nossa vida sem sentir quaisquer dificuldades. Antes de nascermos, (nós) não tínhamos sentimentos; éramos um com o universo. Chamamos isso de essência da mente ou mente grande.
Após o nascimento somos separados dessa unidade, como a água da catarata que se divide pelo efeito do vento e das rochas; só então passamos a ter sentimentos. Você tem dificuldades porque tem sentimentos. Você se apega ao que sente, sem saber ao certo como é criado esse tipo de sentimento; quando você não percebe que é um com o rio ou um com o universo, você tem medo. (e) Dividida em gotas ou não, a água é água; (da mesma forma) nossa vida e nossa morte são a mesma coisa. Quando percebemos esse fato, não tememos mais a morte, nem temos verdadeiras dificuldades em nossa vida.
Quando a água volta a sua unidade com o rio, (ela) deixa de ter qualquer sentimento individual. A água retoma (a) sua própria natureza e encontra serenidade. Que contente deve ficar a água ao retornar ao rio original. Quando chegamos a essa compreensão, encontramos o verdadeiro sentido da vida; quando chegamos a essa compreensão, podemos ver a beleza da vida humana.
Quando você for capaz de sentar-se com todo o seu corpo e sua mente, com a unidade de sua mente e de seu corpo sob controle da mente universal, você poderá atingir facilmente este tipo de compreensão correta. Sua vida diária será renovada sem se apegar a velhas interpretações errôneas da vida.
Quando a mente está vinculada a algo fora dela própria, trata-se da pequena mente, uma mente limitada. Se sua mente não estiver vinculada a nada, então você compreenderá que a atividade não é mais do que ondas de sua mente.
A mente grande experimenta tudo dentro de si própria. Não há qualquer lugar nem para onde ir, nem de onde voltar. Não existe medo da morte, do sofrimento, da velhice ou da doença. Uma vez que desfrutaremos todos os aspectos da vida, como um desdobramento da mente grande, não precisamos ir em busca de uma alegria excessiva. Assim, nossa serenidade é imperturbável. E é com essa imperturbável serenidade da mente grande, que praticamos meditação.
Você pode (até) dizer que isso é impossível, mas é possível; ainda que por um instante você pode fazê-lo. Este instante é possível, e é este o instante. Se é possível neste instante, é possível sempre. Meditar é apenas ser nós mesmos. Quando não esperamos nada, (nós) podemos ser nós mesmos. Essa é nossa maneira de viver completamente cada momento do tempo. Essa prática continua para sempre.
HARMONIZAÇÃO
Observe as sete (7) posições da postura do sentar
A postura dos sete gestos estabiliza o corpo, cria um suporte fundamental para a mente e alinha os canais de energia que ajudam a manter a mente alerta, aberta e relaxada.
Enquanto você estiver observando a respiração, não tente deter seu pensamento, deixe que ele pare por si mesmo. Se alguma coisa lhe vier a mente, deixe que entre e deixe que saia. Ela não permanecerá por muito tempo. Deixe as portas abertas.
Permita que seus pensamentos venham e vão. Só não sirva chá a eles. Tentar parar o pensamento significa que você está sendo incomodado por ele. Não se deixe incomodar por coisa alguma. Pode parecer que esta coisa vem de fora, mas na verdade são apenas as ondas de sua mente. E se você não deixar se incomodar por elas, gradualmente se tornarão mais e mais calmas.
Leva um certo tempo até que a mente se acalme durante a prática, surgem muitas sensações, pensamentos ou imagens, mas são apenas ondas da própria mente. Nada vem de fora dela. Em geral, pensamos que nossa mente recebe impressões e experiências do exterior, mas isso não é uma compreensão correta da nossa mente.
Não tente alcançar algo, você tem seu corpo e mente aqui mesmo.
No budismo, nosso caminho é praticar um passo de cada vez, uma respiração de cada vez sem a ideia de ganho.
Apenas pratique meditação; não pense em nada; permaneça em sua almofada sem esperar nada, então, eventualmente você irá retomar sua verdade natureza. Ou seja, sua verdadeira natureza se retoma.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO
Nada exterior a si mesmo pode perturbá-lo.
É você mesmo que cria as ondas da mente.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO
Se você deixar a mente como ela é, ela se tornará calma. Do vazio, surge o ser maravilhoso. Quando você se torna você o zen se torna o zen. Quando isso acontece, você vê as coisas como elas são e você se torna um com o universo. Tentamos, tentamos e nós falhamos, então, (nós) vamos mais fundo. Depois de ter praticado por um tempo você perceberá que não é possível fazer progressos rápidos e extraordinários. Mesmo que você tente muito, o progresso que você faz é sempre pouco a pouco.
Nossa prática pode não ser perfeita, mas temos que continuar, sem permitir que isso nos desencoraje. Esse é o segredo da prática. Continue encontrando a si mesmo, momento após momento. Essa é a única coisa que você deve fazer. Enquanto você continua essa prática, semana após semana, ano após ano, sua experiência se tornará cada vez mais profunda e envolverá tudo que você faz em sua vida cotidiana.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Então, nos próximos minutos
Praticamos meditação. (e) Durante a meditação, a nossa mente sempre segue a nossa respiração. Quando inalamos, o ar entre em nosso mundo interior; quando exalamos, o ar sai para o mundo exterior.
Nós dizemos mundo interior e mundo exterior, mas na verdade só há um único mundo.
Nesse mundo sem limites, a garganta é uma espécie de porta de vaivém.
O ar entra e sai como alguém passando por uma porta de vaivém. Ela simplesmente se move, e isso é tudo. Quando sua mente está pura e calma para seguir este movimento, não há nada, nem eu, nem mundo, nem mente, nem corpo. Só uma porta que vaivém.
Nesse instante, a experiência do silêncio.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário