Treinamento da Mente em Sete Pontos (introdução)

É perfeitamente possível para alguns de nós, que em algum momento, possamos reunir condições internas e externas favoráveis para nos tornarmos Iogues e nos dedicarmos exclusivamente a essas práticas com a aspiração (com a motivação) de atingir o despertar nesta mesma vida.

Mas, para a maioria, essa não é uma opção nesse momento. E está tudo bem. Muitos têm compromissos que são legítimos – cuidar de pais, filhos, companheiros(as), pagar contas e assim por diante.
Pode ser que conforme a vida se transforme, tudo se simplifique à nossa volta e, por fim, tenhamos tempo livre para nos dedicarmos exclusivamente à prática. Enquanto isso não acontece, o que é possível, neste momento, para qualquer um de nós, é ter um plano, tomar uma decisão de tentar integrar os ensinamentos (Dharma) que recebemos no nosso dia a dia.

Para os mestres do caminho
Esse seria um bom plano. Nesse caso, a frase que geralmente usamos “não tenho tempo para praticar” não faria o menor sentido. Seria o mesmo que dizer “tenho muita coisa para fazer; não tenho tempo para respirar agora”.

Por isso, eu gostaria de plantar aqui, esta semente do treinamento da mente, porque contanto que você esteja respirando, haverá sempre uma prática a ser feita. Sempre!

Talvez, de vez em quando, você possa simplificar radicalmente a vida e participar de um retiro de fim de semana, e se dedicar à travessia da própria mente. Se a motivação de cultivar um coração e mente despertos estiver presente, as condições externas virão ao seu encontro.

Temos nas mãos um conjunto de práticas para mudarmos nossas prioridades, para cuidarmos de nós mesmos e não enxergarmos mais nenhuma diferença entre a vida e a prática – seja em casa, em retiro, quando as coisas estiverem dando certo ou quando estiverem desmoronando.

Esse ensinamento é um convite para pararmos de esperar o tempo certo para trilhar o caminho – muitas vezes pensamos em iniciar nossa jornada depois de casar ou ter filhos ou nos aposentar. Mas esse ensinamento é um convite para não perdermos mais tempo. Pode ser que nós nem tenhamos esse tempo.

A prática do Yoga Budista não se resume a se sentar em meditação silenciosa – não! Sentar em meditação silenciosa é muito importante sim, é a base para estabilizarmos a mente, mantendo-a livre de apego ou aversão às paisagens que vão surgindo bem à nossa frente (dia após dia). Mas não é só isso! É, principalmente, desenvolver uma nova atitude que consiga alinhar nossas mentes com a realidade. É mudar a atitude de tal forma que a mente se torne uma fonte pura de alegria, em vez de um poço sombrio de problemas, ansiedades, prazeres passageiros, frustrações, esperanças e medos.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO
O objetivo da prática do Dharma é a realização de um estado verdadeiro de bem-estar. 


COMPREENSÃO / REFLEXÃO
Os gregos antigos diziam que é um estado de alegria que brota da verdade; já os indianos antigos diziam que é um estado de êxtase grandioso que surge não a partir de estímulos agradáveis, mas da natureza da própria consciência pura.
Não é simplesmente um sentimento feliz. É uma maneira de se dedicar a vida, no dia a dia, sem confusão.

Para se alcançar este estado, precisaremos sentar inúmeras vezes e contemplar a respiração.


FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Nos próximos minutos
Vamos praticar Shamatha
Procure permanecer com o corpo o mais quieto possível, sem movimentos.
Essa quietude do corpo se torna a base para a mente se aquietar.
E, nesse estado, você pode simplesmente observar o ar que entra e sai de suas narinas.
Observe sua respiração com plena atenção, sem fantasias, diálogos ou qualquer distração e penetre a espaciosidade da mente.

Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, e penetre um vazio luminoso – o êxtase do momento presente por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.

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