Como aprimorar o amor apreciativo

O mestre (Gyatso) diz:
Uma das principais funções dos ensinamentos de Buddha – ou seja, o Dharma – é servir como um espelho, no qual podemos enxergar as nossas próprias falhas.

A razão principal pela qual não apreciamos todos os seres vivos é que estamos muito preocupados conosco e isso deixa um espaço muito pequeno em nossa mente para apreciarmos os outros.
Se desejamos apreciar os outros sinceramente, temos de reduzir o interesse obsessivo por nós mesmos. Por que nos consideramos tão preciosos, mas não os outros? O motivo é que estamos muito familiarizados com o auto apreço.
Porque consideramos nosso eu muito precioso e importante, exageramos nossas boas qualidades e desenvolvemos uma visão inflada de nós mesmos. E quase tudo pode servir como base para essa mente arrogante, como nossa aparência, posses, conhecimento, experiências e status (posição social). Somos até mesmo capazes de desenvolver orgulho por coisas das quais deveríamos nos envergonhar, como a habilidade de enganar os outros.
Por outro lado, achamos muito difícil aceitar nossos erros e defeitos. Gastamos tanto tempo contemplando nossas qualidades reais ou imaginadas que nos esquecemos de nossas falhas. Em realidade, nossa mente está repleta de aflições mentais grosseiras, mas nós as ignoramos e até nos iludimos pensando que não temos essas mentes repulsivas.
Muitas vezes é tão doloroso admitir que temos defeitos que inventamos todo tipo de desculpas, em vez de modificar a visão sublime que temos de nós mesmos. Uma das maneiras mais comuns para não encararmos nossas falhas é culpar os outros. Em vez de assumir a responsabilidade por nossas ações e fazermos um esforço para mudar nosso comportamento, discutimos com os outros e insistimos que eles é que devem mudar.
Uma sensação exagerada de nossa importância nos conduz a uma atitude crítica em relação às outras pessoas e faz com que seja quase impossível evitar conflitos. Como resultado de considerarmos a nós mesmos como superiores e os outros como inferiores, cometemos muitas ações negativas, que, mais tarde, irão nos levar ao sofrimento.
Em vez de olharmos honestamente para o nosso próprio comportamento tentamos encontrar defeito nos outros.
Mas, se ao contrário, nos focarmos nas boas qualidades dos outros, nosso orgulho diminuirá e passaremos a considerar os outros como importantes e preciosos e, como resultado, nosso amor e compaixão irão aumentar e naturalmente nos envolveremos em ações virtuosas.

O mestre (Gyatso) finaliza dizendo:
Não importa quantas aflições mentais possamos ter - quanta raiva e apego possamos ter, ou quão fortes elas sejam, elas não são uma parte integrante da nossa mente. Elas são impurezas que temporariamente poluem nossa mente, mas que não contaminam sua natureza essencial pura.
Assim como o lodo pode sempre ser removido para revelar a água clara e pura, as aflições mentais podem também ser removidas e revelar a pureza e claridade mental da nossa mente.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Não procurem falhas nos outros; procurem falhas em vocês mesmos


COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Buddha disse:
Aqueles que entendem suas próprias falhas são sábios, ao passo que aqueles que ignoram suas próprias falhas e, além disso, procuram defeitos nos outros, são tolos.
Contemplar nossas qualidades e os defeitos dos outros serve apenas para aumentar nosso auto apreço e diminuir nosso amor pelos outros.
Precisamos pensar sobre nossas próprias falhas porque, se não tivermos consciência delas, não nos sentiremos motivados a superá-las.
Foi por examinarem constantemente suas mentes à procura de falhas e de imperfeições que, todos os que agora são iluminados conseguiram libertar suas mentes das aflições mentais, a fonte de todas as falhas.


FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Compreendendo esse ponto do ensinamento
Nos determinamos a pensar sobre nossas próprias falhas.

Pratique continuamente essa meditação até que você “possa sentir” espontaneamente que
Não devemos mais procurar falhas nos outros; devemos, sim, procurar falhas em nós mesmos.

Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos, e desenvolva a firme determinação “de se identificar com seu potencial puro e desenvolver sabedoria para vencer todas as suas aflições mentais.

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento / sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.

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