A felicidade vem de dentro

Todos nós queremos ser felizes ao longo do caminho, mas nem sempre sabemos muito bem o que é felicidade. Será que felicidade tem sua origem em uma determinada experiência, por exemplo, o convívio com determinada pessoa ou a presença num determinado lugar? Será que podemos transformar a felicidade num sentimento permanente?
Com frequência, estamos tão ocupados correndo atrás da felicidade que não a vemos bem diante de nós. A felicidade lembra o orvalho na relva, que fica ali por um instante e logo desaparece. Tão depressa provamos seu sabor... Da mesma forma, o prazer, uma vez experimentado, foge de nós rapidamente, tornando inúteis os nossos esforços para preserva-lo.
Geralmente, nossa experiência da felicidade é essa, baseada no prazer, e perdemos muito tempo e energia na ânsia de encontrá-la. Mas, sem dúvida, a felicidade serena e duradoura pode ser conquistada... ela é menos intensa que a satisfação passageira do prazer das sensações, mas ainda assim rica e profunda.

E o mestre (Gyalwang Drukpa) diz:
Pra mim a felicidade vem da valorização do momento presente. Ela surge quando estamos completamente inspirados, quando estamos intimamente ligados a algo que nos estimula e chama a nossa atenção.
Quando aperfeiçoamos nossa compreensão, aperfeiçoamos nossa sabedoria e passamos a trabalhar com mais eficiência em benefício dos outros. Se continuar aprendendo dia após dia com a motivação de dar alguma coisa ao próximo e ao mundo, a felicidade estará sempre ao seu lado.
Podemos supor que certas coisas ou pessoas “nos fazem felizes”. A felicidade, porém, está na maneira como reagimos: ela vem de dentro. Uma pessoa pode apresentar diversas razões para estar alegre ou triste. Pode se declarar feliz porque está junto de um amigo, porque degustou uma comida saborosa ou porque tudo está correndo bem. Porém, a felicidade – e o mesmo se aplica ao sofrimento – não vem de fora. É a mente que sente satisfação, e é a mesma mente que sofre. As coisas exteriores provocam ou intensificam, mas os sentimentos reais brotam de dentro de nós mesmos.

E o mestre (Gyalwang Drukpa) continua...
Eu também associo felicidade a “relaxamento”, pois, para mim, esse estado de calma profunda é uma verdadeira alegria.
No frenético mundo atual, é fácil trocar esse tipo de felicidade descontraída pela busca de prazer e adrenalina. Entretanto, se formos agitados, impacientes na busca da felicidade experimentaremos apenas uma excitação momentânea. A maior emoção está em compartilhar a felicidade que nasce da vontade de ver o mundo com um novo olhar – um olhar mais puro. Quando sorrimos, nosso humor melhora. Às vezes, nem sabemos porque estamos felizes, apenas estamos e esse tipo de felicidade é maravilhosamente contagiante.

E para finalizar, o mestre (Gyalwang Drukpa) diz:
A felicidade nos desperta e nos tornamos conscientes dos mínimos detalhes da vida e do mundo à nossa volta.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Todos os seres vivos sentem o mesmo desejo de ser feliz e evitar o sofrimento


COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Perceba... A felicidade nos une
Raramente pensamos sobre isso e raramente entendemos esse ponto.
Comprovando que qualquer outro ser vivo quer a mesma coisa que todos nós – ser feliz e evitar o sofrimento -, começamos a perceber a felicidade como algo pleno de compaixão e altruísmo, não como uma busca egoísta de prazer, não como uma busca pela realização de nossos próprios desejos.
Quando nos conhecemos melhor, passamos a reparar em nossas semelhanças, e não em nossas diferenças. Aquela pessoa que nos decepciona também pode ter tido um dia de altos e baixos como o nosso.
Como disse Buddha: “milhares de velas podem ser acesas por uma só, sem que a vida dessa última fique mais curta. Ou seja, a felicidade não diminui quando é compartilhada”.
A felicidade nos torna bons seres humanos.


FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Nos próximos minutinhos, procure gerar a determinação de desenvolver a compreensão de que todos os seres vivos fazem o que fazem porque querem ser felizes e se libertar do sofrimento.
A partir dessa visão superior, é possível que brote da espaciosidade da sua mente, uma compaixão genuína por todos os seres que estão presos à ignorância do autoapreço, desejando a todo custo ser felizes, sem se importar com o sofrimento dos outros

Assim que esse sentimento de compaixão surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.


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