Nada é estático ou permanente. E nisso estamos incluídos. Sabemos perfeitamente que carros, camisas e sabonetes são impermanentes, porém não estamos dispostos a pensar nessa impermanência quando se refere a nós mesmos. Temos uma visão muito sólida de nós mesmos, mas se olharmos com mais atenção, veremos que não somos nem um pouco estáticos. Na verdade, somos tão mutáveis quanto um rio. Nossos pensamentos, emoções, nossas células estão sempre mudando...
Caso escolha permanecer consciente do momento presente, depois de algum tempo, você conseguirá perceber que num dia você está de um jeito e que no outro está diferente. Mas se a pessoa observada for seu pai, seu irmão ou seu chefe, em geral, os vemos sempre da mesma forma.
Temos a tendência de rotular as pessoas como irritantes, tediosas, uma ameaça à nossa felicidade e segurança; as rotulamos de inferiores e superiores.
Mas esse hábito de rotular as pessoas pode causar preconceito, crueldade e violência. Você passa a ver essas pessoas como diferentes de você e se torna indiferente à perversidade e crueldade cometidas contra “elas”, porque “ah, ele não passa de um negro!”, ou então, “ah, ele é homossexual”, ou ainda, “é apenas uma mulher”... Perceba, podemos preencher o espaço vazio com qualquer rótulo desumano contra aqueles à quem consideramos diferentes.
Mas existe outra maneira de olhar os outros, de nos libertarmos de nossas ideias rígidas e ter curiosidade em relação à hipótese que nada nem ninguém permanece igual. Esse processo começa, quando passamos a ter consciência e uma percepção da dignidade dos outros.
Todos nós temos preconceitos, e é muito comum justifica-los ao se manifestarem. Nossas ideias rígidas a respeito de quem é diferente de nós surge com rapidez, e isso, cada vez mais, causa grande sofrimento. Esse é um hábito muito antigo, um hábito muito prejudicial, uma reação universal ao sentimento de estar ameaçado.
Mas é possível olhar para esse hábito com compaixão. Podemos captar a poderosa energia de nosso medo, de nossa raiva como um movimento natural da vida, mas sem reagir, sem deixar que ela nos destrua ou destrua alguém mais.
Sempre podemos tentar permanecer conscientes do momento presente e não morder o anzol e, assim, evitar ser fisgado.
Sabemos que não é fácil evitar ser fisgado, mas podemos nos perguntar: “Como posso lidar com pessoas de quem discordo com uma mente aberta”? “Como posso ver e ouvir com mais profundidade, além das minhas ideias fixas”? “Como posso tratar pessoas que estão em um ciclo de violência, que se magoam, como seres humanos como eu”?
Se continuarmos abordando os outros com nossas ideias preconcebidas, com nossas mentes e corações fechados, nunca conseguiremos nos comunicar verdadeiramente e, poderemos incentivar cada vez mais o sofrimento.
Para finalizar o mestre diz:
Quando sentimos medo ou ansiedade ou quando percebemos que o medo já está nos causando pensamentos como “tenho que vingar”. Temos um pequeno momento em que podemos fazer uma escolha diante de nós. Podemos voltar aos antigos hábitos destrutivos e reagir com agressividade ou podemos encarar nossas experiências como uma oportunidade para um novo relacionamento com a vida.
Essa é uma maneira de usar todos os momentos para ajudar a modificar o clima agressivo em direção à paz.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Qualquer coisa que vivenciamos pode se tornar um caminho aberto para o nosso despertar.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Qualquer coisa que aconteça é a oportunidade certa para mudar a tendência básica de ser fisgado, a oportunidade para mudar a tendência de ficarmos estressados, de fecharmos nossas mentes e corações.
Sempre que se conscientizar, sentir ou pensar será o estímulo perfeito para fazer uma mudança fundamental e se inspirar e dar sentido à vida.
Com apenas um momento de percepção da presença da abertura natural, aos poucos notamos que a inteligência e a cordialidades naturais também estão presentes.
É o mesmo que abrir uma porta para o espaço e tempo infinitos e a magia do lugar onde estamos.
FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Nesse momento, respire três vezes de forma lenta, profunda e suave...
Agora, faça uma pausa em sua mente discursiva, permitindo-se viver a plenitude desse momento.
Qualquer experiência pode ser convertida na oportunidade perfeita para conectarmos nossa bondade natural.
Permaneça aberto à energia dinâmica da vida – o ir e vir de sensações, pensamentos e emoções -, mas escolha não reagir. E, então, relaxe em sua mente natural...
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário