Quanto mais pura for a sua motivação ao receber esses ensinamentos, maior será a sua capacidade de criar benefícios ao seu redor, e de levar a paz ao coração de todos os seres.
Nossa capacidade de ajudar é extremamente limitada pelos nossos próprios interesses. Nosso apego ao “eu” e a tudo que é “meu” estabelece uma fronteira entre nós e os outros.
Exagerando o valor de tudo aquilo que é nosso, acabamos acreditando, por ignorância, que o “eu” e o “meu” é tudo aquilo que importa. Mas esse ponto de vista nos separa, nos amarra e nos limita, impossibilitando a abertura do nosso coração.
Acabamos reagindo com aversão ao não conseguir o que desejamos ou ao receber o que não queremos.
E embora você tenha uma imensa vontade em ajudar, de criar felicidade e harmonia, muitas vezes você é impedido de agir nesse sentido pela negatividade e hábitos mentais que tornam permanente o sofrimento.
Os pensamentos são a origem das palavras e ações, e estas têm consequências. Não podemos plantar sementes venenosas e esperar frutos comestíveis e medicinais.
Quando começamos a ver o resultado negativo do egocentrismo, entendemos por que é necessário escolher com atenção e cuidado as sementes que plantamos. O futuro está em nossas mãos.
Se a sua motivação de ajudar os outros é verdadeira, você deve reduzir a negatividade de seus pensamentos e aprender a cultivar amor e compaixão por todos os seres.
O grande mestre e erudito budista Shantideva disse que despertar o bom coração é como encontrar uma joia preciosa num monte de lixo. O simples fato de ouvir a seu respeito ou reconhece-la por um instante, traz as bênçãos dos seres iluminados.
Mas para trazer à tona um bom coração, precisamos cultivar a motivação pura. Ao contemplar a experiência dos seres que estão sofrendo, geramos a compaixão e o desejo intenso de fazer o possível para ajudar. E com o amor e compaixão que surgem de um coração puro, podemos ajudar muitas pessoas.
Nossa verdadeira natureza é um estado de perfeição repleto de sabedoria, repleto de compaixão e com um
Na maioria das pessoas, essa natureza está obscurecida, como um cristal encravado em uma pedra. Ainda não despertamos para a nossa plena consciência; ainda não desenvolvemos completamente a compaixão e a capacidade de ajudar. É através da prática espiritual que podemos realizar plenamente essas qualidades.
O mestre diz que, de alguma maneira, todos nós temos acesso à compaixão e à bondade; ninguém é totalmente desprovido dessas qualidades. Perceba que a maioria das pessoas considera fácil amar os filhos, os pais, os amigos. Poucos têm a visão mais ampla, que inclui o desejo de acabar com o sofrimento de todos os seres.
Ampliar o amor e a compaixão pode ser um objetivo comum a todos nós, porque o poder de beneficiar incessantemente surge, justamente, da compaixão e da sabedoria.
Podemos finalizar dizendo que ao aplicarmos os métodos espirituais para transformar a mente, desenvolvemos uma capacidade cada vez maior de servir aos outros.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Precisamos nos avaliar e transformar para reconhecer a nossa verdadeira natureza e aperfeiçoar o modo de expressá-la por pensamentos, palavras e ações.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
A mente é como um campo fértil. Se for contaminada com os venenos da ignorância, do desejo, da raiva, da inveja e do orgulho produzirá, inevitavelmente colheitas envenenadas.
Agir em proveito próprio, sem atenção, causando prejuízos aos outros, apenas cria limitações e .
As sementes medicinais, ou seja, os atos de bondade, amor e compaixão, produzirão os frutos da paz e todos os seus benefícios. E as ações que forem simultaneamente positivas e negativas produzirão uma mistura de felicidade e tristeza.
Este é o princípio do carma, que se inicia na mente.
FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Neste momento, deslize a atenção para dentro de seu coração... E permaneça aí, dentro de seu coração... Inspirando e expirando suave e pacificamente...
E, então, gere o compromisso de despertar o bom coração – o desejo de libertar todos os seres do sofrimento e leva-los à felicidade permanente.
A base desse compromisso é o desejo de alcançar a iluminação para levar todos os seres a esse mesmo estado – a Iluminação.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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