Nos últimos três encontros, estudando Três das “Quatro Nobres Verdades”, onde Buddha dizia que a vida é insatisfatória devido ao apego que cultivamos às coisas e pessoas - que são temporárias, mas, por outro lado, que qualquer pessoa pode alcançar a libertação dessa insatisfação da vida através do Nirvana – uma paz profunda – que se encontra em nosso interior, mas do outro lado de todos os nossos desejos e apegos.
A Quarta Nobre Verdade nos apresenta um caminho testado pelo tempo, conhecido como Nirvana, que nos conduz para longe da insatisfação da existência condicionada, em direção ao término dos desejos. Esse caminho é conhecido como o Nobre Caminho Óctuplo e reflete as instruções específicas de Buddha sobre como purificar o coração e a mente, vivendo uma vida com plena atenção.
Aqui se trata de viver o Dharma no dia a dia, em tudo o que se faz. Nós (ocidentais) muitas vezes utilizamos apenas uma técnica de meditação, escolhida entre todo o Dharma, e a seguir nos perguntamos por que nossas vidas não mudaram. É claro que é benéfico treinar a mente meditando todas as manhãs, mas ajuda bastante se tentarmos aperfeiçoar nossas vidas assimilando simultaneamente os diversos elementos do Dharma. Este é o caminho do herói.
Por mais que a jornada interior seja fascinante, ela é também difícil, porque coloca o buscador face a face com a verdade; frente a frente com quem ele realmente é. Ao tentarmos viver de forma verdadeira, sempre haverá desafios a enfrentar, saltos que precisam ser dados e obstáculos que devem ser superados.
À medida que você progredir na jornada, obstáculos irão surgir no caminho – porque é você mesmo que está atrapalhando o caminho. Precisamos reconhecer que as dificuldades surgem de suas próprias questões mal resolvidas, as dificuldades surgem de suas áreas escuras, de seus medos, de seus carmas.
Se o caminho em que você se encontra nesse momento é íngreme ou plano, macio ou escorregadio, turbulento ou calmo, você é a melhor arma e o maior obstáculo. Então você precisa refletir: Como você se atrapalha e como você ajuda a si mesmo? Que hábitos e padrões você consegue largar facilmente, e quais são aqueles hábitos que você se agarra e não solta de jeito nenhum? Você está suficientemente preparado para desejar se submeter a uma mudança total, uma transformação radical?
Os ensinamentos de Sakyamuni Buddha, originalmente se destinavam a discípulos e a estudantes sérios e suas instruções eram dirigidas especificamente para aqueles que viviam ou estavam se preparando para viver uma vida simples e renunciar ao sofrimento.
Buddha sabia que cada um de nós precisa caminhar em sua própria estrada em direção à iluminação. Cada um tem que praticar e lutar por si mesmo, os Mestres apenas apontam o caminho.
A lição de Buddha para todos nós é que felicidade e/ou nirvana não podem ser encontrados em uma vida devotada à gratificação sensual (mais dinheiro, mais sexo, mais férias, mais status, mais orgulho, uma vida para se obter mais e mais). Mas Buddha também ensinou que uma vida devotada à culpa é igualmente tola e mal direcionada.
Precisamos trilhar o Caminho do Meio – o caminho do equilíbrio, da sanidade, da força interior, da pureza, do controle de si. As instruções das oito etapas do Caminho do Meio mostram que cada um de nós é capaz, sim, de desenvolver na vida qualidades do coração que sejam equivalentes às qualidades da mente: compaixão com sabedoria; amor com verdade. Precisamos despertar a mente na mesma medida em que abrimos o coração, para deixar entrar a realidade, para deixar entrar outras pessoas, para compreendermos por nós mesmos a grande perfeição natural que é nosso direito inato – o legado do Buddha para todos nós.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Aquele que conquistou a si mesmo é um herói muito maior do que aquele que derrotou milhares de homens
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
O Buddha ensinou que o buscador espiritual certamente teria que enfrentar, em seu caminho, alguns obstáculos.
Quando você decidir trilhar o Caminho interior do despertar, reconheça que essa é decididamente uma jornada fabulosa (fantástica) e heroica.
E como todas as jornadas heroicas, a sua estará cheia de mistérios fascinantes, dificuldades terríveis e aventuras notáveis.
Deve estar também preparado para mudar. Da mesma forma que uma lagarta precisa sair do casulo familiar para se tornar uma borboleta e voar, nós precisamos estar dispostos a mudar e a abandonar o casulo do egoísmo.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO (3)
Nos próximos minutos, mantenha a atenção na respiração...
Repouse a consciência no vazio (vazio entre as palavras, entre as respirações...)
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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