Buddha Sakyamuni disse:
Experimentamos insatisfação e dificuldades em nossa jornada, mas a causa para essas dificuldades é o desejo.
A Terceira Nobre Verdade diz que a possibilidade da libertação das dificuldades da vida existe para qualquer pessoa. O Nirvana é o fim do sofrimento. E o Nirvana existe, e pode existir para você. Nirvana é a inconcebível paz interior, é a cessação do desejo e do apego. Nirvana é a libertação; é a liberdade duradoura; é a realização; Nirvana é Iluminação.
E onde fica o Nirvana? Se não estiver aqui mesmo (diz o mestre), não está em parte alguma. Então como fazer para experimentá-lo? Os mestres Tibetanos ensinam que o Nirvana está sempre presente em nosso interior - do outro lado do nosso emaranhado de apegos. De acordo com esses ensinamentos, podemos realmente experimentar o Nirvana em uma fração de segundo. Não é algo que precisamos construir; ele está sempre disponível através da percepção espiritual. Esta percepção seria as experiências que provocam um AH!!! E essas experiências podem ser impulsionadas simplesmente por nos soltarmos, por abrirmos mão do apego, da ganância e da ilusão - despertando, nem que seja por um instante, do sonho de nossa vida semiconsciente.
A liberação do desejo, mencionada por Buddha, é uma paz interior inconcebível, uma sensação de unidade e completude. Entretanto, muitas pessoas não gostam desse conceito, porque associam desejo com paixão. “O que”? Dizem eles, “Sem paixão? Não ter paixão significa não viver”!
Mas o que a libertação do desejo realmente significa é paz e contentamento. A felicidade duradoura que o Buddha descreve não significa falta de personalidade nem de paixão. A ausência de desejos não implica na falta de coisa alguma.
A ideia aqui é que você é muito mais do que os seus desejos ou aspirações. As pessoas iluminadas também têm suas preferências e inclinações, também têm um estilo individual e pessoal. Isto nos mostra que a iluminação, a liberdade e a natureza búdica são qualidades que se expressam através da personalidade.
Os mestres tibetanos continuam preferindo o seu macarrão tibetano à pizza. Mas não ficam zangados quando não servem sua comida preferida no jantar.
Uma das principais imagens Budistas é o Lotus, que nasce na lama, cresce na água e ergue suas pétalas para o sol brilhante; nasce na lama, mas não pertence a ela. O lótus simboliza pureza, desenvolvimento e transcendência.
Atingir a libertação dos desejos e estar no mundo mas não pertencer a ele é algo que depende de nós; atingir a libertação, a felicidade duradoura e o desapego depende de nós. Nós somos os únicos causadores dos nossos problemas.
O Nirvana, o fim dos nossos problemas, a extinção do fogo do desejo, está do outro lado de cada momento de desejo intenso, de cada instante de apego exacerbado. É onde o grande “largar” entra e precisa acontecer. Então a paz definitiva está lá - a satisfação completa, o fim de todo desejo, um estado luminoso e profundo, simples em vez de complicado. Bem diferente dessas pequenas bolhas de pensamentos que estamos sempre tentando colecionar, para podermos ter algo para mostrar aos outros – uma pilha inteira de pequenas bolhas de pensamentos, grande coisa! Será que isso é tudo que teremos no fim de nossas vidas? Uma enorme pilha de pensamentos insignificantes?
De acordo com o próprio Buddha, o Nirvana é simplesmente o abandono do desejo, do apego, da ligação. E isto não é pouca coisa. Quanto mais a nossa prática espiritual, a nossa meditação e também a nossa atividade diária forem compatíveis com a ausência de desejos e apegos – quanto menos egoístas, inflexíveis, exigentes e gananciosos nós formos -, mais o Nirvana começa a insinuar-se. Mesmo que o Nirvana esteja bem aqui, nós muitas vezes estamos em outro lugar.
Quando realmente soltamos as defesas e habituamos a permitir que as coisas vão embora, o conflito interior e a irritação realmente se extinguem. Então podemos experimentar, cada vez mais e mais, a paz interior que o Nirvana resume.
Nos tornamos menos dependentes, menos exigentes, menos complicados, menos alienados, menos apressados, menos carentes e menos gananciosos. Por outro lado, nos tornamos mais saudáveis, perfeitos, felizes, fortes e sábios. E nos sentimos totalmente renovados.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Nirvana é a extinção do sofrimento.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Os mestres budistas ensinam, que dentro de nós existe sempre um fogo. Algumas vezes o fogo está em combustão lenta e outras vezes está violentamente fora de controle.
Este fogo é causado pelo atrito da dualidade, friccionando (esfregando) a si mesma, como dois gravetos.
Esse atrito é gerado por mim (o sujeito) desejando o outro (o objeto) e a consequente interação dos dois.
Esse atrito, que nos irrita constantemente, transforma-se no fogo do sofrimento.
Quando percebemos o vazio e a perfeita união com tudo o que existe, o fogo da dualidade se extingue. Quando até mesmo as brasas já esfriaram, e as emoções conflitantes não mais são capazes de queimar – isto é Nirvana, o término da insatisfação e do sofrimento. Isto é libertação, isto é êxtase, isto é a verdadeira felicidade.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO (3)
Nos próximos minutos, a instrução de meditação é não se agarrar a nada; permaneça sem apegos a visões... nem sons... nem cheiros... nem gostos... nem toques.
Simplesmente repouse em seu confortável estado natural, onde só há a experiência livre, espontânea das coisas como são, um momento miraculoso após o outro. Esta é a grande perfeição natural.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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