Conhecendo a si mesmo

O ser humano está absolutamente inconsciente do seu próprio ser. Ele tenta saber de tudo, exceto do seu próprio ser. O ser humano age assim, pela simples razão de que ele pensa que conhece a si mesmo. E esse é o erro fundamental.
Nós somos, mas nós não sabemos quem somos. Nossos nomes nos enganam: eles nos dão uma certa sensação como se isso fosse o que nós somos. Nosso corpo refletido no espelho, nosso rosto refletido nos olhos das pessoas, nos dão uma certa ideia de nossa identidade. E então, lenta, bem lentamente, vamos juntando todas essas informações e criando uma imagem de nós mesmos – imagem que é completamente falsa. (porque) Este não é o modo de se conhecer. A pessoa não pode se conhecer por se olhar no espelho, porque os espelhos podem apenas refletir o seu corpo – e você não é o seu corpo. Você está no corpo, mas você não é o corpo. Seu comportamento, seu caráter, suas ações podem mostrar (um pouco) sua mente, mas não você.
O ser humano é muito mais do que a soma total de suas ações: o ser humano não é apenas o seu comportamento. O ser humano é o âmago da consciência mais profunda do seu corpo, da sua mente e de suas ações.
(então) A menos que você se torne consciente da sua luz interior, você vai continuar vivendo nas ilusões. E nós perpetuamos as ilusões porque elas não custam nada e estão facilmente disponíveis.
Descobrir a si mesmo é árduo. É mais fácil ir à lua do que ir ao âmago do seu próprio ser –, pela simples razão de que você terá que viajar sozinho.
Essa é a razão porque tão poucas pessoas tornaram-se iluminadas, quando na verdade a iluminação é um direito de nascença de todos nós. E se às vezes, por acidente, as pessoas ficam interessadas em saber sobre elas mesmas, elas imediatamente se tornam vítimas das teorias, filosofias, ideologias, escrituras (vítimas das palavras...) Mas repetir as palavras de um Buddha, de um Jesus, de um Mahavira não vai adiantar. Você pode compreender apenas aquele tanto que você experienciou – a verdadeira compreensão nunca vai além da sua experiência.
Palavras você pode acumular – você pode tornar-se um grande erudito. E de novo você estará numa espécie de ilusão: a ilusão que a informação cria. Quanto mais informação você tem, mais você pensa que sabe.
(porque) A informação é pensada como sinônimo de saber – ela não é! Saber é experienciar; a informação acumula-se no sistema da memória. Um computador pode reter muita informação, e não há nada de especialmente humano nisso.

Agora uma pequena estória
Dois ratos enormes andavam num cinema certo dia, e entraram direto na sala de projeção. Lá dentro, comeram um rolo inteiro de filme. Depois de comer, um rato olhou para o outro e perguntou: - Gostou do filme? – ao que o outro respondeu: - Não, gostei mais do livro.

Esses são os eruditos... os ratos! Eles continuam comendo palavras, eles continuam acumulando palavras. Eles podem enganar os outros; isso não é tão ruim. Mas, enganando os outros, aos poucos eles mesmos enganam a si mesmos, e este é o maior problema.

Noventa e nove por cento dos supostos religiosos – santos, mahatmas – são apenas eruditos. No que concerne às palavras, eles são muito espertos, mas se você olhar no fundo de seus olhos, você descobrirá os mesmos estúpidos seres humanos. Nada mudou. Eles são eruditos apenas nas palavras que eles engoliram.

Na história da humanidade os cristãos mataram milhões de pessoas em nome de Cristo, (e) com a bíblia nas mãos. Os muçulmanos fizeram o mesmo com os hindus e vice versa. E esses são os santos que falam em não violência, em amor, em amizade, amor universal, amor divino... Perceba, no que tange às palavras, as pessoas são muito astutas, mas suas consciências não são afetadas, absolutamente. (então...) Nada muda!

Para finalizar o mestre diz:
O home religioso ainda tem que chegar; uma sociedade religiosa ainda tem que acontecer; uma cultura religiosa ainda está no futuro – no horizonte, mas nós temos de trazê-la – (porque) ela ainda não aconteceu. Aconteceu em alguns casos individuais aqui e ali, mas essas pessoas podem ser contadas nos dedos.
Esta é uma história tremendamente bela. Vamos entrar nela meditativamente, porque cada afirmação contém grandes tesouros.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ESTUDO (1)
A questão é saber: Quem sou eu?


COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
É a partir dessa questão que começa a verdadeira evolução.
Descobrir a si mesmo é muito difícil: é explorar, é investigar o seu próprio ser. E é muito difícil ir ao próprio centro, pela simples razão que você terá que viajar sozinho, inteiramente sozinho.


FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Nesse momento, olhe profundamente dentro. Observe toda a escuridão que envolve o seu ser – quanta raiva, ressentimentos, mágoas, medo, ansiedade...

Leve sua atenção para a respiração... Observe a respiração, momento a momento, e penetre no âmago mais profundo do seu ser...
Ao transformar a sua consciência você toca um ponto de repouso, de silêncio profundo, de profunda harmonia interior. 

Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.

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