Talvez você seja uma pessoa muito prática no mundo exterior; uma pessoa que só olha para o que está do lado de fora; uma pessoa assim, pensa em termos de dinheiro, prestígio e poder. E tudo bem. Mas, vivendo do lado de fora, essas pessoas se esquecem que elas têm um espaço interior também, mas essa dimensão elas nem ao menos tocam.
Essas pessoas não conseguem ver um propósito na meditação, mas elas estão certas. Se você estiver interessado em dinheiro, fama e poder, a meditação não será de nenhuma ajuda – na verdade, ela destruirá toda a sua ambição; ela matará a própria raiz da sua ambição: o ego. E nesse sentido, ela não servirá a nenhum propósito.
Você pode ter mais dinheiro, mais prestígio e mais poder e, ainda assim, dentro de você, permanecerá um espaço desconhecido de você mesmo. Você permanecerá inconsciente dos seus tesouros infinitos – e os tesouros externos não podem preencher seu vazio interior. Seja o que for que você tente, você está fadado a fracassar; você sentirá apenas frustração.
Mas a mente não pode ver isso, porque a mente e meditação não podem coexistir. Se a mente existe, não existe nenhuma meditação; se a meditação acontece, não existe nenhuma mente. (porque) A mente e a meditação são exatamente como luz e escuridão.
A mente não pode compreender do que se trata a meditação. O único meio de compreender é experienciando a meditação. Nenhum propósito externo é satisfeito pela meditação, mas há propósitos internos, propósitos mais elevados, propósitos mais valiosos que farão a sua vida mais significativa, propósitos que lhe darão algo do eterno, propósitos que permitirão a manifestação da sua verdadeira natureza.
O ser humano vive no medo, vive na ansiedade, vive na angústia. A menos que o ser humano venha a saber que ele não é nem o corpo nem a mente, mas sim, algo transcendental a ambos, ele permanece com medo, permanece apavorado. Em tal medo não há nenhuma possibilidade de vida. A vida acontece somente para aqueles que sabem que a vida é eterna, que sabem que ela é para sempre e para sempre, pois você sempre esteve aqui e sempre estará.
Ninguém nunca termina o trabalho da vida. A vida é tão curta e nossas ambições são tão grandes, tantas... Nossos desejos são infinitos, impossível preenche-los. E cada desejo vai gerando novos desejos. Não pense que você vai ser capaz de cumprir seus desejos.
E para finalizar, o mestre diz:
Eu não digo “acredite nisso”: eu digo apenas que experimente. Apenas alguns vislumbres para o seu ser interior e isso será o suficiente, e isso o convencerá de que tudo o que você fez antes não foi realmente prático – porque a morte vai levar embora tudo o que você juntou. É só a meditação que lhe dá algo que a morte não pode destruir, que é indestrutível.
Nenhum Buddha jamais foi teórico – eles sempre foram pessoas práticas. E todos eles descobriram que não existe nada mais prático do que a meditação.
Então, torne-se consciente. Eu estou lhe dizendo todos os dias que você está vivendo em ilusões. Então acorde! Desperte, venha pra realidade. E o momento presente é a única realidade. Viajar constantemente entre o passado e o futuro é fugir da vida.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Quando chega a luz da meditação, a mente desaparece como escuridão.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
A mente é muito medíocre – todas as mentes são medíocres. A verdadeira inteligência é intrínseca à meditação, não à mente. A mente é uma tola. E nós vivemos no mundo da mente, e ela vai nos dizendo sem parar: “Faça esta estupidez; agora, faça esta outa estupidez”. Se você estiver cansado de uma estupidez, a mente produz uma outra estupidez. Ela é muito inventiva, é certo, mas não inteligente, de modo algum.
Pela meditação você se tornará um Buddha. Haverá grande contentamento, haverá bem aventurança, haverá um estado de beatitude. Mas você não pode medi-la. Você tem de experienciá-la.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO (3)
Nos próximos minutos...
Repouse sua atenção sobre a respiração.
E seja total; esteja presente a cada inspiração; esteja presente a cada expiração...
Mantenha sua presença no ar entrando e saindo, entrando e saindo...
E você sentirá uma profunda beatitude descendo sobre você.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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