As práticas fundamentais do Dharma, são uma sequência de passos que mapeiam um caminho de autodescoberta. Elas nos ajudam a reconhecer o diamante que sempre tivemos conosco, e essa descoberta é o que queremos dizer com “despertar”. Esses passos nos afastam de hábitos que causam confusão e infelicidade, e nos conduzem à clareza da nossa verdadeira natureza.
Em nossa vida cotidiana, temos o hábito de voltar o nosso olhar para fora e percorremos o mesmo caminho repetidas vezes na tentativa de obter felicidade por meio de um relacionamento, por meio de dinheiro ou poder, apenas para descobrir que não estamos encontrando nenhum alívio da confusão. Damos a esse ciclo interminável o nome de samsara, que significa girar em círculos.
O primeiro sinal do despertar é a compreensão de que não estamos obrigados a refazer os mesmos passos eternamente. Talvez estejamos acostumados a pensar que “essa é a minha vida... estou aprisionado a esses hábitos repetitivos, neuróticos e sentimentos incômodos e nada pode ser feito sobre isso”.
Começar a nos afastar desse estado de confusão mental, que se manifesta como desejo e aversão, é o início do processo de despertar. Deixamos de buscar cada pequeno conforto e a promessa da sociedade de que a felicidade permanente virá sob a forma de um romance, de casas, de fama ou riquezas. Deixamos de nos voltar para fora e começamos a reconhecer que, na verdade, já temos tudo de que precisamos para sermos felizes.
Nesse ponto, desejamos abrir mão da experiência da insatisfação, e um bom lugar para começar é renunciar ao hábito de culpar as circunstâncias externas por nossos sentimentos de ansiedade, angústia e insatisfação.
Abrir mão desses hábitos nos permite descobrir a liberdade de fazer escolhas, o que significa que não somos mais escravos de nossa neurose e egocentrismo; é descobrir que não somos mais escravos dos nossos apegos e aversões.
Conhecer plenamente essa liberdade, permitindo que ela permeia a nossa vida, é o que chamamos nirvana (libertação, despertar ou iluminação). Descobrir essa liberdade é o caminho do Dharma. Confusão (samsara) é um estado mental; liberdade (nirvana) é um estado mental. Assim como o sol continua a brilhar independentemente de ser nublado pelas nuvens, a clareza existe no meio da confusão e sofrimento.
Para finalizar o mestre diz:
Todo o caminho budista baseia-se na compreensão de que nossa própria mente oferece a fonte mais confiável de conforto, calma e proteção, mas os hábitos que nos amarram à confusão permanecem muito fortes, e abrir mão deles não acontece em uma sequência ordenada. Eu sei, por experiência própria, diz o mestre, que receber ensinamentos específicos de como abrir mão dos padrões habituais não significa que esse processo vai acontecer de uma só vez.
Muitas vezes ouvimos que os ensinamentos de Buddha são sobre “soltar” os nossos apegos e fixações, mas o que isso significa realmente? É fácil imaginar ou até mesmo presumir que isso significa que “não posso ter riqueza ou fama, nem posso ter uma casa legal ou um bom trabalho. (que) Devo desistir da família, dos amigos e até dos filhos”. Este é um grande mal-entendido. Precisamos renunciar é ao nosso apego a coisas que são temporárias.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, CONTEMPLAÇÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Reconhecer nossa verdadeira natureza é o que transforma nossa realidade de confusão na clareza que gera a calma genuína.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Imagine chegar a uma pousada em uma aldeia à noite. Parece não existir outros carros, casas ou pessoas, mas, pela manhã, todos aparecem milagrosamente.
É claro que estavam lá o tempo todo, mas, na escuridão, não pudemos reconhecer a sua presença. Ocorre a mesma coisa com nossa verdadeira natureza.
Reconhecer é a chave do nosso caminho.
Despertar é mais como descobrir. Se você tem um punhado de diamantes, mas não percebe o que são, você os trata como pedrinhas. Quando os reconhece como diamantes, consegue usar suas preciosas qualidades.
Tornar-se um Buddha é como descobrir um diamante em sua mão. Você está se descobrindo, não se livrando de si mesmo.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO (3)
Nos próximos minutos...
Em vez de esgotar as nossas forças tentando controlar a mente, simplesmente deixamos nossa mente em repouso: seja lá o que aconteça estará bem.
Quer a mente relaxe por um longo tempo, ou apenas por um período curto de tempo, quer se mostre estável ou não, do jeito como acontecer estará bem.
Neste estágio, estamos apenas tentando experimentar e deixar a mente em repouso, sem a geração de muitos pensamentos
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
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