O ser humano está se sentindo insignificante, vazio, oco por dentro. E no esforço para, de algum modo, preencher esse vazio surge a ganância. Ganância é o esforço da pessoa não inteligente para tornar sua vida significativa. Mas esse esforço está fadado a fracassar, pela simples razão de que, seja lá o que for que você acumule, permanece do lado de fora; seja lá o que você acumule não pode atingir o seu interior... Você precisa de certa riqueza interior – riqueza exterior não vai adiantar. Na verdade, ela o fará mais consciente da sua pobreza interior, por contraste.
O que você realmente precisa é de uma transformação qualitativa do seu ser... Você precisa que sua vida fique cheia de luz.
Ganância é o esforço da pessoa sem inteligência para tornar sua vida significativa; é um desejo por mais, sem ver a total futilidade disso. Nenhuma mudança quantitativa pode realmente transformar a sua vida. Você pode ter muitas coisas, mas isso não importa, isso não transforma, porque você fica olhando somente na direção da quantidade.
Ganância é completa estupidez. A pessoa inteligente pode ver que a sua necessidade básica é saber: Quem sou eu? Porque, a menos que eu saiba quem eu sou, seja o que for que eu faça não vai me preencher. Mas uma vez que eu saiba exatamente quem sou eu, então, seja o que for que eu faça vai fortalecer meus tesouros, minha bem aventurança, porque, então, estarei seguindo de acordo com a minha natureza.
Estar enraizado na sua própria natureza é conhecer a bem-aventurança. Sem conhecer sua natureza, sem conhecer seu ser interior, você está fadado a se extraviar. Tente perceber que tudo o que você está fazendo é apenas imitar os outros. As pessoas estão atrás de dinheiro, então você vai atrás de dinheiro. As pessoas estão atrás de casas grandes, então você vai atrás de casas grandes. As pessoas estão atrás disso e daquilo, então você vai atrás disso e daquilo. Você está apenas sendo um imitador... E as pessoas estão fazendo isso o tempo todo – simplesmente imitando os outros. E depois elas ficam sempre confusas, porque não podem fazer isso, e não podem fazer aquilo.
A pessoa inteligente jamais é imitadora. Ela tenta ouvir sua própria voz interior e, então, tenta descobrir “Qual é a sua natureza”. Ela jamais imita, ela jamais segue os outros.
O mundo todo sofre de complexos de inferioridade de um jeito ou de outro, pela simples razão de que nós continuamos comparando. Na verdade, todo o mundo é tão único, que qualquer comparação é errada, completamente errada. Mas vocês não conhecem suas singularidades. Vocês jamais entraram nos seus próprios seres, jamais se encontraram. Vocês jamais olharam nesta direção, absolutamente. Vocês estão fadados a se sentirem inferiores.
A vida consiste em milhões de coisas e, se você estiver constantemente comparando..., mas foi isso que nos ensinaram a fazer. Fomos criados de tal modo, educados de um modo tão estúpido, que estamos constantemente comparando... E você vai acabar percebendo que alguém é mais alto que você, que alguém é mais bonito que você, que alguém parece ser mais inteligente do que você, que alguém parece ter mais virtudes, é mais religioso, mais meditativo... E com isso, você está sempre num estado de inferioridade, sofrendo.
Para finalizar o mestre diz:
Você pode aprender de todo mundo, não apenas do ser humano, mas dos animais, das árvores, das nuvens, dos rios..., mas não existe a questão da imitação. Você não pode tornar-se um rio, mas pode aprender alguma qualidade que seja própria dos rios: o fluxo, o deixar-ir... Você pode aprender alguma coisa com uma rosa, não precisa disso, mas você pode aprender algo da rosa. Você vê uma rosa tão delicada, contudo, tão forte ao vento, na chuva, sob o sol. Ao entardecer ela terá morrido, mas ela não se liga nisso, ela fica alegre no momento – agora a rosa está dançando ao vento, na chuva, sem medo, sem se preocupar com o futuro. Ao entardecer, as pétalas cairão, mas... Quem se importa com o entardecer? Este momento é tudo, e esta dança é o que existe.
Então, aprenda algo com a rosa, aprenda algo com os pássaros voando: a coragem – a coragem de ir para dentro do ilimitado. Aprenda de todas as fontes, mas não imite. Mas isso só é possível se você tiver encontrado o espaço certo com o qual começar, e este espaço é a familiaridade consigo mesmo.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Ganância é o sinal de que você jamais olhou para dentro de si mesmo
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
A ganância é sinal de falta de conhecimento de si mesmo. Por você jamais olhar para dentro de si mesmo, você se sente vazio e, então, continua fazendo todas as espécies de esforços para preencher esse vazio. Mas, sinto muito, ele não pode ser preenchido.
Então, explore seu espaço interior... experiencie o seu espaço interior... e você ficará surpreso: esse vazio apenas parece vazio quando visto do lado de fora. Quando você vai para dentro dele, ele é um preenchimento em si mesmo. Ele não é vazio, absolutamente: ele é vasto, é infinito. Tem uma tremenda beleza de silêncio, pureza.
E, então, você não olhará para ele como vazio num sentido negativo: você começará a sentir um bem estar positivo dentro dele. Ele é presença de espaço e não o vazio.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO (3)
Nos próximos minutinhos...
Mova sua atenção para dentro de si mesmo e você experienciará uma grande singularidade.
E então, relaxe... e olhando profundamente dentro, alcance esse espaço de liberdade e serenidade interior.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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