A nossa rápida passagem pelo reino humano deveria servir para trazer alegria e felicidade à vida uns dos outros. Isso é amor: a aspiração de que o outro encontre a felicidade.
De nada adianta dizer que precisamos amar uns aos outros. Devemos ser um exemplo de amor. Ao reconhecer que, assim como nós, todos precisam e querem ser felizes, nos concentramos cada vez mais no desejo deles e não no nosso.
A expressão do nosso amor pelos que nos são próximos, e também pelos que nos são menos familiares, pode ter um efeito em nossa família, pode ter um efeito em nossa comunidade, e pode, também, estabelecer um exemplo para as próximas gerações.
E uma forma bem direta de praticar o desprendimento (desapego) é ter uma motivação altruísta em todos os relacionamentos. Começar uma relação na esperança de que o outro nos faça feliz leva a um resultado muito diferente do que uma aproximação que é feita com o desejo sincero de proporcionar o bem estar do outro. Em vez de querer que os outros satisfaçam nossas expectativas, deveríamos nos perguntar como melhor atender às necessidades deles. Essa simples mudança de foco equivale a uma excelente prática.
Se acreditarmos que os outros são responsáveis pela nossa felicidade, é quase certo que eles irão nos desapontar. É impossível que os outros satisfaçam nossas expectativas, pois, na verdade, o que queremos é que aliviem nosso sofrimento ou preencham o vazio em nossa vida.
Você pode encontrar muitas oportunidades de ajudar e inspirar as pessoas com pensamentos, palavras e ações. Normalmente, estamos habituados demais com a ideia de que uma mão lava a outra, mas quando servimos as pessoas com motivação pura, estamos servindo todos os seres por meio da virtude que criamos e dedicamos ao seu bem estar.
Se alguém no trabalho ou na família está sempre com raiva, é preciso ter paciência. Todos têm defeitos. Não podemos simplesmente expulsar as pessoas raivosas da nossa vida. Quando uma pessoa está com raiva, devemos deixa-la em paz, tolerar suas fraquezas e sempre reconhecer suas qualidades positivas. Em vez de ficar ressentido porque a pessoa está ocupando muito espaço no sofá, simplesmente relaxe e se alegre por ela estar descansando.
Além de minimizar os defeitos dos outros devemos estar atentos aos nossos. O propósito não é nos irritarmos conosco, mas admitir que existem coisas que podem ser melhoradas e fazer algo para corrigi-las. Pergunte-se honestamente: “Será que sou gentil e atencioso? Será que prejudico alguém? Será que sou arrogante"?
Esse treinamento ajuda a construir uma base estável para o desenvolvimento da generosidade. Praticado com intensidade e cuidado, é possível que, por fim, brote um desprendimento tão grande que você não hesitará em oferecer tudo o que for necessário para beneficiar verdadeiramente os outros.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO
Amar as pessoas significa, dia após dia, colocar o bem estar delas acima do nosso e apoiar o seu crescimento espiritual.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Amor é o desejo que os outros sejam felizes.
Mesmo estando muito infeliz, você pode desejar que os outros alcancem a felicidade, ou ainda, você pode estar muito contente e desejar que os outros compartilhem dessa experiência. Portanto, você pode amar, quer esteja feliz ou sofrendo.
A sua aspiração e o seu modo atencioso e responsável de prestar ajuda, são virtuosos quando vêm de um coração compassivo. Tudo o que você pode fazer é tentar criar, da melhor forma possível, o maior benefício e o menor dano aos outros.
Agindo com altruísmo, tudo o que você fizer resultará em virtude.
FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
MEDITAÇÃO TONGLEN
Introdução
Podemos treinar a mente, para desenvolver as qualidades que nos permitirão agir com mais altruísmo, sem hesitação ou arrependimento.
É mais um treino bem difícil que conheceremos e praticaremos hoje.
Meditação Tonglen
É uma bela meditação – TONGLEN (DAR E TOMAR PARA SI)
Imagina que você está absorvendo o sofrimento de todos os seres a cada inspiração; faça uma pequena retenção, onde você visualiza o seu bom coração queimando toda a energia de sofrimento; em seguida, expire enviando felicidade a todos os seres.
Explicação
À princípio, você pode relutar (resistir) em visualizar o sofrimento vindo em sua direção, mas não há nada a temer se a prática for feita com um bom coração.
Pelo poder da nossa intenção altruísta, começamos a nos ver como um veículo para a felicidade dos outros; qualquer negatividade se dissolve e os nossos obscurecimentos são purificados.
Resultado
Com essa meditação você pode criar um antídoto para a raiva e para a aversão e reduzir os pensamentos e ações prejudiciais.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
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