Na última aula, estudamos que nossa preciosa vida humana, com todas as suas liberdades é extremamente rara. Hoje vamos estudar a impermanência de todos os fenômenos.
Procure perceber que além da vida humana ser extremamente rara, somos influenciados diretamente pela lei da impermanência.
Nosso corpo físico, que idolatramos e cuidamos com tamanho apego, é impermanente – não vai durar para sempre; Nossa capacidade mental também é impermanente. Conforme amadurecemos, elas aumentam, mas em um determinado momento, entrarão em declínio. Nossos valores também mudam. Quando éramos crianças, nossa mãe era a única coisa que importava. Na medida em que crescemos, nossa atenção se voltou para os brinquedos, para outras crianças e depois para a escola. Mais tarde, passamos a nos interessar por namoro, casamento e trabalho. E hoje, quantas vezes pensamos em nossa mãe?
Tudo em nossas vidas, posses, riquezas, relacionamentos, é temporário - está em constante mudança. Nosso corpo, fala e mente... Nosso ambiente! Tudo muda minuto a minuto, segundo a segundo. Não há nada que não oscile, decaia ou se transforme.
A vida é imprevisível, nossa mente instável, nossos humores são sensíveis às condições externas. Em uma manhã, acordamos contentes e tudo parece estar perfeito. Se alguém nos elogia, ficamos satisfeitos. Se alguém nos critica, ficamos furiosos.
Todo movimento envolve mudança. E, apesar de dedicarmos nossa vida para satisfazer nossas necessidades e nossa ansiedade, qualquer felicidade que encontramos desaparece rapidamente. Fazemos planos baseados em coisas que constantemente nos escapam pelos dedos.
Precisamos perceber que não temos controle sobre nada. Não podemos escolher quanto tempo iremos viver ou como iremos morrer. Não queremos envelhecer, ainda assim envelhecemos. Não queremos adoecer, ainda assim adoecemos.
Refletir sobre a impermanência muda o nosso hábito de acreditar que as coisas são estáveis e imutáveis.
Algumas pessoas acham que a ideia de impermanência é deprimente, mas ela é realmente a verdade da nossa experiência. Aceitar essa verdade cura o pensamento mágico, de que podemos adiar o processo inflexível da mudança; aceitar essa verdade, nos dá uma capacidade maior de aceitação e mais alegria.
Se vivermos cada dia de nossas vidas como se fosse o último, faremos escolhas das quais não iremos nos arrepender na hora da morte.
Mas precisamos agir rápido! Precisamos agir rápido e fazer todo o possível para reduzir os nossa raiva, nosso apego e nossa ignorância. Quando reduzimos os nossos venenos mentais atingimos a realização daquilo que está além da permanência e da impermanência: a verdadeira natureza da mente.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA (1)
Quanto mais refletirmos sobre a impermanência, mais seremos capazes de usar nossa existência humana para ajudar os outros.
COMPREENSÃO (2)
Para compreender a raiz do sofrimento, temos que reconhecer que nada na vida é permanente.
Habitualmente nos apegamos às coisas e fazemos planos, como se elas pudessem durar para sempre. Entretanto, nada permanece igual; tudo se modifica, fácil e constantemente.
Meditar continuamente sobre esta verdade é um dos melhores métodos para desenvolver uma prática espiritual pura.
Porque à medida que nossa compreensão da impermanência e da natureza ilusória da realidade aumenta, nossa compaixão também aumenta. Vemos que, aprisionados na sua crença no sonho, sem nenhuma compreensão da impermanência, os seres vivem angústia e sofrimento tremendos.
E, pelo fato de acreditarem na solidez da sua experiência, reagem com apego e aversão aos desafios da vida, gerando ações não virtuosas e perpetuando os ciclos de sofrimento.
MEDITAÇÃO (3)
Comece examinando todos os aspectos da sua experiência: examine o universo... a terra... os relacionamentos... seu corpo, sua fala... sua mente... seus interesses e valores... e até mesmo sua identidade.
Você consegue encontrar algo permanente?
Contemple esse ponto... E, então, gere amor e compaixão por todos os seres presos na crença da solidez de seus sonhos, gerando mais angústia e sofrimento.
Depois deixe a mente descansar na verdadeira natureza da mente...
Ao perceber alguma distração... Volte a contemplar seu objeto de meditação: a impermanência de todos os fenômenos.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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