Comece a observar a sua respiração com Plena Atenção, acalmando-a... Até que a mente e a respiração se tornem calmas e tranquilas... Tão tranquilas quanto às águas na superfície de um lago...
Livre-se das vozes em seu interior e logo você chegará ao vazio... Nesse vazio infinito, o encontro com o perfeito repouso... O silêncio de todos os Buddhas...
Agora o sutra...
Dignas de piedade (compaixão) são as
Pessoas que não conhecem o
Nirvana e sua eterna Ventura (felicidade)!
E o mestre comenta...
As pessoas estão criando suas próprias infelicidades, agonias e sofrimento. Elas precisam de compaixão, pois não sabem que a felicidade e a graça surgem quando a pessoa vai para dentro. Elas não sabem que tipo de bênçãos está esperando por elas, não sabem que a vida toma uma cor totalmente nova, uma nova vibração – quando você vai pra dentro -, a vibração da celebração.
E todas elas estão pedindo felicidade, mas todas estão criando a própria infelicidade. As pessoas ficam pedindo felicidade e continuam a criar a infelicidade; elas precisam de compaixão.
E o mestre continua...
Vá para dentro e você vai encontrar com o maior dos tesouros que existem. E você perceberá que tudo o que você tem procurado através dos tempos, através de muitas vidas, sempre esteve disponível dentro de você, esteve lá desde o princípio, tem sido parte de sua natureza.
E é por isso que você o perde, pois você olha para o exterior, mas o tesouro está no interior; você procura fora e ele está dentro. Assim, sua busca e o tesouro nunca se encontram.
Antes de você viajar penosamente pelos caminhos infinitos do mundo exterior, tenha um pequeno vislumbre do interior. Antes de você começar a procurar fora – e isso parece ser muito prático e realista -, dê uma olhada dentro. Quem sabe? Os Buddhas podem estar certos. E todos os Buddhas não podem estar errados! Todo aquele que olhou para dentro o encontrou, sem exceção. E todo aquele que tem olhado para fora não o encontrou – também sem qualquer exceção.
Pense naquelas pessoas... Buddha, um Krsna, um Cristo, um Lao Tzu -, pense nessas pessoas. Quão bem aventuradas elas parecem; que fragrância elas têm! De onde vem isso? Só de sentar em silêncio ao lado delas, fica-se encantado. Essas pessoas têm alguma magia. De onde vem isso? Elas não têm nada que você considera necessário para alguém ser feliz.
Conta-se que quando Buda foi pela primeira vez a Varanasi ele estava fora da cidade, sentado sob uma árvore, uma grande figueira-brava. E entardecia... O sol estava se pondo, e através da espessa folhagem da árvore, aqueles raios vermelhos caíam sob a face de Buda e ele se encontrava sentado ali, totalmente relaxado.
O rei de Varanasi passava com sua carruagem e viu esse homem ao lado da estrada, sentado tão belamente. Esse rei tinha tudo que alguém pudesse desejar. E você sabe para onde ele ia? Ele ia se suicidar, pois ele estava cansado, exausto, frustrado. Ele tinha visto a futilidade de tudo e tinha decidido: estava indo para as montanhas para se matar.
E então ele viu esse belo homem, esse mendigo, sentado em tamanha entrega que mesmo o pôr do sol não era nada comparado a sua beleza. E um grande silêncio circundava a árvore – mas não era o silêncio da árvore.
Quando um Buddha se senta, ele cria seu próprio espaço. As escrituras dizem: “Onde um Buddha vive, um certo espaço é criado à sua volta. Aqueles que vivem nesse espaço começam a crescer, apesar de si mesmos”.
Buda estava absolutamente quieto! O rei nunca tinha visto um silêncio tão grande, tão vivo. E por nunca ter visto uma pessoa como Buda, ele não tinha ideia do que é um silêncio verdadeiro.
O Rei, então, disse ao cocheiro: “Pare! Preciso repensar”. Se este homem pode ser tão bem aventurado e silencioso, talvez ainda haja algo na vida que eu não procurei. Este homem mudou a minha mente, mudou o meu ser. A presença deste homem é prova suficiente de que a vida pode ser vivida também de alguma outra forma. No momento, eu não sei que forma é esta...
Ele disse a Buddha: “Tenho só uma pergunta a fazer: não vejo nada à sua volta, apenas uma cumbuca de mendigo. Como alguém pode ser tão feliz com apenas uma cumbuca de mendigo? Eu não estou feliz com um grande reino! E você parece tão completamente feliz”.
Buddha abriu os olhos, aqueles olhos de lótus... E o rei não pôde acreditar que estava, de repente, se curvando e tocando os pés de Buddha. Algo aconteceu nele – apenas aquele olhar. Aqueles dois olhos atrás dos quais não havia pessoa, mas somente presença; aqueles dois olhos vazios, e mesmo assim repletos de existência. Vazios de ego, mas repleto de ser.
Buddha disse: “Também estive um dia na situação em que você se encontra. Posso entendê-lo. Eu também era filho de um grande imperador; vivi em palácios, em luxúrias; sei da infelicidade de ter tudo e, ainda assim, não ter nada. Posso entendê-lo – ninguém será capaz de entendê-lo, mas eu posso entendê-lo. Eu era exatamente como você”.
Mas lhe digo: olhe dentro de meus olhos, um dia eu estava no mesmo estado que você está hoje. E lhe digo: um dia você pode estar no mesmo lado no qual estou – pois ambos somos iguais.
Todo ser humano tem a possibilidade de despertar, todo ser humano tem a possibilidade de desabrochar, de se tornar um lótus.
Nos próximos minutos olhe para dentro, e explore seu universo interior...
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO
Agora o sutra...
Dignas de compaixão (piedade) são as
Pessoas que não conhecem o
Nirvana e sua eterna felicidade (Ventura)
COMPREENSÃO / REFLEXÃO
Todos nós queremos ser felizes e nos libertar do sofrimento, mas continuamos a criar infelicidades para nós mesmos. Buscamos a felicidade e prazer, o tempo todo, do lado de fora, em coisas que são temporárias, passageiras – que irão se dissolver ou desaparecer e, por isso, sofremos.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Olhe dentro de seu próprio coração e crie o seu próprio espaço de silêncio...
Penetre uma profunda quietude... Cultive este estado mental virtuoso...
E, nesse Nobre Silêncio, seja transformado.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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