Como ser total?
Buda diz: “Torne-se um nada”. Simplesmente olhe fundo em você mesmo e deixe que a nuvem de pensamentos e aflições mentais se disperse. Deixe que ali haja um céu vazio... Pensamentos dividem, e quando não há pensamentos em você, há totalidade.
Totalidade é ausência de todos os fazeres, de todos os pensamentos, de tudo que divide. Totalidade é silêncio, completa quietude...
A questão é apenas perceber... Algumas vezes você é total – então perceba o que acontece nesses momentos. Ao fazer amor, por exemplo, algumas vezes acontece, você é total – você está inteiro, você está pleno no momento presente, você é uma presença. Essa totalidade é chamada de orgasmo. Por um momento, a mente para. Na excitação do amor a loucura de duas energias se encontram, se fundem – a mente é superada, transcendida, colocada de lado, não é mais necessária neste espaço. Todos os pensamentos desaparecem, o tempo para, e de repente você é total.
Nesse momento as suas faces mostram algo de transcendental; o tempo parou. Não há pensamentos na mente. Esses momentos são sagrados, pois eles vêm do todo.
A cada momento, há uma possibilidade de ser assim – de ser total. Em tudo que fizer, fique tão concentrado nisso, tão completamente presente, que a mente não pense em coisa alguma; ela está simplesmente ali, é apenas uma presença. E mais e mais totalidade estará vindo; o sabor da totalidade o deixará mais e mais capaz de ser total.
E tente perceber também quando você não é total. Esses são os momentos que precisam ser lentamente abandonados. Quando você não é total, sempre que você estiver na mente, pensando, remoendo, calculando, sendo esperto e astuto, você não é total. Lentamente escape desses momentos. É apenas um velho hábito, e hábitos morrem com dificuldade, mas certamente eles morrem – se a pessoa persiste eles morrem.
Apenas um velho hábito... Não ser total é apenas um velho hábito. E algumas vezes, apesar de sua completa distração, a totalidade acontece. Portanto, apenas observe esses momentos, quando e como eles acontecem. Aprenda alguns segredos daqueles momentos de presença, de inteireza, de bem aventurança, e penetre mais e mais neles. E perceba quando eles não estão acontecendo – saia desses momentos, escape.
Isso não é uma ciência, é uma habilidade -, é uma arte muitíssimo sutil.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO
A pessoa pode ser total somente quando ela não existe; somente quando a mente cessa. Somente o vazio pode ser total.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO
Examine alguns momentos em sua vida em que você é total, apenas para perceber o sabor da totalidade. Isso acontece algumas vezes ao escutar música, ao olhar um pôr do sol. Isso acontece repetidamente todos os dias. Nesses momentos, você desaparece; no seu íntimo, algo para, não há movimento, tudo está completamente quieto – e você é total.
Simplesmente permita mais e mais esses momentos; não perca uma única oportunidade. Ao olhar para as árvores, olhe tão profundamente que você desapareça no olhar; ao escutar os pássaros, esqueça-se completamente de você mesmo. E assim por diante...
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Mergulhe profundamente na consciência, indo do mundo das palavras ao mundo dos pensamentos e, deste, à sabedoria suprema.
Totalidade é silêncio, completa quietude...
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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