Comece com o coração partido

Repouse seus olhos e observe a sua respiração...
Mova a respiração suave pelo seu corpo e libere toda tensão de suas articulações, músculos e tendões...
Agora observe a sua mente... pensamentos, memórias, sonhos... talvez a calma e o silêncio...

Ao começar a praticar Yoga Budista e se ocupar de ensinamentos espirituais, é bom saber qual a sua motivação. Você está praticando porque os tempos estão incertos e você quer algumas pistas do que pode lhe ajudar a atravessar o que vem pela frente? Está praticando para conhecer a si mesmo? Você de alguma forma espera que essa prática possa te ajudar a superar certos padrões mentais que prejudicam o seu bem estar? Deseja trabalhar o seu corpo de forma consciente?

(perceba...) Seus motivos podem incluir alguns ou todos que eu acabei de citar. São todas boas razões, mas para a tradição budista, ao estudar os ensinamentos espirituais, estipulamos uma motivação ainda maior.

Nosso objetivo aqui é despertar o coração e a mente de modo pleno, não apenas para o nosso bem estar, mas também para levar benefício, conforto e sabedoria a outros seres vivos.
Que outra motivação poderia ser superior? Levar benefícios e conforto para outros seres vivos...

O Buddha ensinou que todos nós, em essência, somos bons e amorosos. E, justamente, devido a essa bondade básica, naturalmente queremos apoiar os outros, em especial aqueles de quem somos próximos e aqueles que passam por maiores necessidades.

Temos plena consciência de que outros precisam de nós, assim como a nossa sociedade e o meio ambiente, também, especialmente agora. Queremos fazer o que estiver ao nosso alcance para aliviar a raiva e o doloroso desconforto que muitos experimentam hoje em dia.

Entretanto, o que muitas vezes atrapalha, quando tentamos ajudar, é que nos deparamos com nossa própria confusão e tendências habituais.

Nosso coração compassivo começa a despertar, pelo anseio de nos livrarmos de qualquer coisa que nos atrapalhe, no intuito de ajudar os outros seres. Desejamos nos livrar de nossos pensamentos confusos que encobrem a nossa bondade essencial.

Na linguagem do budismo, nosso compromisso máximo é atingir a Iluminação. Em essência, isso significa saber realmente quem somos. (e) Uma vez iluminados, estaremos totalmente ligados à nossa natureza mais profunda, que é generosa, compreensiva e disponível ao próximo.

Precisamos aprender tudo o que há de mais importante para aprender sobre o nosso coração e mente. É trabalhoso, sem dúvida. Provavelmente teremos que ler livros, ouvir os ensinamentos, refletir profundamente sobre o que estudamos e, principalmente, aplicar os ensinamentos às nossas vidas – as situações em que nos encontramos naturalmente. Com uma prática regular de meditação, aprenderemos muito a nosso respeito. 


Para finalizar o mestre diz:
Todos querem se livrar do sofrimento, mas a maioria das pessoas age de modo a somente piorar as coisas. Quando nossos principais objetivos são adquirir conforto e evitar o desconforto, começamos a nos sentir desligados dos demais e até ameaçados por eles.

Ao fazermos tanto esforço para proteger o coração da dor, nos machucamos cada vez mais. Mas quando geramos o coração compassivo e a mente desperta, contrariamos essa tendência e passamos a olhar para nós mesmos e para o mundo.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO
Quando estamos verdadeiramente ligados ao anseio de ajudar os outros e comprometemos nossas vidas a esse propósito, podemos nos considerar incluídos entre os mais afortunados da Terra.


COMPREENSÃO / REFLEXÃO
É importante saber que gerar o coração compassivo e a mente desperta é um projeto longo. Temos que investir enorme esforço e paciência.
A visão suprema do coração e mente despertos (Bodhicitta) é ajudar cada ser vivo a despertar para a sua verdadeira natureza.
A nossa única chance de realizar isso é primeiramente atingir nossa própria iluminação. Mas esse despertar para a nossa verdadeira natureza não acontece da noite para o dia.
Inúmeras pessoas e animais sofrem nesse instante, mas o quanto podemos fazer para impedir isso?
Ao longo do caminho podemos dar um passo de cada vez, mas precisamos dar o nosso melhor para manter o nosso anseio e comprometimento durante os altos e baixos da vida.


FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Nos próximos minutos
Vamos desacelerar, ainda mais, a mente... observe a sua respiração...
Alcance um espaço de silêncio dentro e, naturalmente, a compaixão começa fluir.
Em compaixão, procure se conectar ao coração de todos os seres.
Na prática de cultivar o bom coração, conseguimos envolver cada vez mais seres com o nosso amor.

Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.

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