A porta para a consciência

Milhões de pessoas vivem de acordo com o espelho. Elas pensam que o que veem no espelho é o seu rosto. Elas acham que esse é o seu nome, que essa é a sua identidade e que isso é tudo.

O mestre vem e diz:
Você precisa mergulhar um pouco mais fundo. Você precisa fechar os olhos. Você precisa observar de dentro.
Você precisa ficar em silêncio... porque a menos que você chegue a um ponto de absoluto silêncio interior, nunca saberá quem você é. E ninguém pode lhe dizer quem você é. Você precisa encontrar.
Mas você existe. Isso é mais do que certo. A única questão é chegar ao seu ponto mais íntimo e se encontrar. E é isso que os mestres vêm ensinando todos esses anos. A meditação nada mais é do que um dispositivo para cada um se encontrar.

Não me pergunte. Não pergunte a ninguém. Você tem a resposta dentro de si e precisa ir ao fundo descobrir isso. E tão perto – basta uma volta de 180 graus e a resposta estará lá.

E você ficará surpreso com o fato de descobrir que você não ser o seu nome, não ser o seu rosto, de não ser o seu corpo; você não é nem mesmo a sua mente.
Você faz parte dessa existência total... de toda a sua beleza, de toda a sua grandeza e felicidade; seu tremendo êxtase.
Conhecer a si mesmo é tudo o que significa a consciência.

CENTRO E CIRCUNFERÊNCIA
O corpo em si não é nada. É luminoso por causa de algo que está além de si mesmo.
A moderna adoração do corpo não faz nenhum sentido. As pessoas vão atrás de alimentos saudáveis, massagens, treinamentos extenuantes... De algum modo elas tentam dar sentido às suas vidas. Mas olhe nos olhos delas; existe um grande vazio. Você pode ver que elas perderam. O perfume não existe, a flor não desabrochou. No fundo essas pessoas estão como abandonadas, perdidas, sem saber o que fazer. Elas persistem em fazer muitas coisas a favor do corpo, mas falta um objetivo.

Tente entender.
Se falta um centro, então você pode viver decorando a periferia. Pode enganar os outros, mas não consegue se satisfazer. Pode até mesmo enganar a si mesmo muitas vezes, porque até a própria mentira repetida muitas vezes começa a parecer verdade, mas ela não pode te dar satisfação.

O ser humano moderno tenta de todas as maneiras aproveitar a vida, mas parece não sentir alegria. Quando você estiver tentando alcançar o prazer, você vai se enganar. Quando você estiver tentando alcançar a felicidade, você vai se enganar. O próprio esforço para alcançar a felicidade é absurdo, porque a felicidade está aqui mesmo: você é que não consegue alcança-la.

E a felicidade está acontecendo agora mesmo, está ao seu redor, dentro, fora – a felicidade simplesmente existe. Nada mais é real. Observe, veja o mundo em profundidade... as árvores, os pássaros, as pedras, os rios, as estrelas, a lua, o sol, as pessoas e os animais – observe em profundidade: a existência é feita de elementos de felicidade e prazer. Relaxe, e ela o satisfaz; relaxe e ela o inunda por dentro, ela transborda de você.

O ser humano moderno é tenso. E a tensão acontece quando se persegue algo; o relaxamento acontece quando se permite algo.
O ser humano vive em uma procura constante, vive numa busca incessante, tentando conseguir algo da vida. Nada resulta dessa busca, porque não é esse o caminho.

O ser humano está tentando encontrar a felicidade, daí a sua excessiva preocupação com o corpo. Isso é quase uma obsessão. Excede os limites da preocupação, torna-se algo obsessivo: pensar continuamente no corpo, fazer isso e aquilo, e todo tipo de coisas. Ele faz um esforço para ter algum contato com a felicidade através do corpo. (sinto muito) Isso não é possível.

Em segundo lugar, a mente moderna é muito competitiva. Porque os outros estão fazendo coisas, você precisa fazer. A mente moderna é a mente mais superficial e ambiciosa que já existiu. Essa mente transformou tudo em comércio. Essa mente vive continuamente em competição. Mesmo que você compre um Van Gogh, você não está comprando por causa do Van Gogh. Você está comprando porque seus vizinhos compraram. Eles têm uma pintura de Van Gogh em sua sala de visitas, como que você pode se dar ao luxo de não ter uma? (ainda mais agora com a exposição no Barra Shopping) você precisa ter uma. Você pode nem saber se o quadro está de cabeça pra baixo ou pra cima, você pode nunca olhar para o quadro, mas porque os outros têm e estão falando sobre Van Gogh, você deve mostrar a sua cultura.

O dinheiro e os vizinhos parecem ser o único critério para decidir tudo na sua vida: seus carros, seus celulares, suas casas, suas pinturas, suas decorações.

A vida do ser humano moderno termina quando a vida acaba. Quando o corpo acaba, a pessoa acaba. Por isso, as pessoas têm tanto medo da morte.
O ser humano moderno conhece apenas o corpo e nada mais. Se você conhece apenas o corpo você é muito pobre. Primeiro você terá sempre medo da morte, e quem tem medo de morrer, terá sempre medo de viver.
Se a morte acaba com tudo... se essa é a sua ideia e a sua compreensão, sua vida será uma vida apressada e em busca de alguma coisa.
Isso cria uma grande falta de sentido e, é claro, angústia e ansiedade. 

A ideia toda gira em torno da vida corporal. Por isso, as pessoas vivem constantemente correndo de um lado para o outro, para de algum modo aproveitar a vida, para de algum modo não perder nada que possa ser vivido. Elas correm ao redor do mundo, de cidade em cidade, de um País para o outro, corre de um Guru para outro, de uma igreja para outra em uma busca alucinada, porque a morte está chegando. De um lado uma perseguição constante e louca, por outro lado, uma apreensão profunda de que tudo é inútil, porque a morte acabará com tudo.
Essa é uma história contada por um idiota, cheia de fúria e algazarra, não significando nada.

A pessoa consciente vive no corpo, ama o seu corpo, reverencia o seu corpo, mas sabe que ela não é o corpo. Ela sabe que existe algo dentro dela que irá sobreviver a todas as mortes. Ela sabe que existe algo dentro dela que é eterno e o tempo não poderá destruir. Isso ela passou a sentir por meio da meditação, por meio do amor, por meio da oração.  Isso ela veio a sentir dentro de seu próprio ser. Ela não tem medo. Ela não tem medo da morte porque sabe o que é a vida. Ela parou de correr buscando a felicidade fora porque sabe (porque entendeu) que a felicidade está dentro.
Você só precisa permitir.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO
Tudo vem... você só permite. A vida está pronta para acontecer a você.


COMPREENSÃO / REFLEXÃO
O mestre vai dizer que
Tudo vem... você só cria a capacidade; tudo vem, você só permite. Mas você cria tantas barreiras... e a maior barreira que você pode criar é ir em busca de alguma coisa.
Por causa da sua busca e da sua pressa, sempre que a vida vem, nunca o encontra. Você está sempre em outro lugar.
Você continua a perseguir a vida e a vida continua a persegui-lo, e o encontro nunca acontece.


FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Nos próximos minutos...
Não vá a lugar algum... não se mova para o passado... não se mova para o futuro...
Simplesmente respire e espere... seja paciente...
Alcance o momento presente e seja feliz aqui e agora.

Assim que essa sensação de uma alegria sutil surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.

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