Devemos entender o yoga como uma pratica milenar, onde a atenção é voltada para o ser de forma integral (corpo físico, corpo emocional, corpo mental e corpo espiritual) ajudando a nos transformar delicadamente em cada camada dos corpos.
E quando trabalhamos na camada mais densa que é o corpo físico uma infinidade de sentimentos e pensamentos afloram espontaneamente, resultando em um grande laboratório a ser explorado. O campo de experiência que cada asana proporciona como vivencia única, se transforma numa jornada rumo ao autoconhecimento que vai se desdobrando e se aprofundando a cada experiência.
Se a experiência vivenciada no asana for analisada, reprimida ou visando unicamente a performance, irá impedir que o fluxo de energia exerça a sua potência livre e contínua dentro do corpo, o que pode se tornar um padrão emocional de bloqueio de forças gerando uma infinidade de desequilíbrios. Se ao contrário, se deixar levar para um estado de relaxamento, calma e entrega no asana, esse fluxo se torna fundamental para desenvolver o equilíbrio no corpo, mente e emoções, o que ajudará a descortinar onde o praticante está, emocionalmente, naquele exato instante da pratica.
Esse processo ocorre em todos os asanas, mas especialmente nos asanas em pé, porque a combinação de esforço sem sacrifício, combinado a sustentação das posturas em permanência e em equilíbrio com persistência, tolerância e aceitação, se tornará um grande desafio, permitindo que memórias gravadas nos músculos possam chegar à consciência e serem liberadas e integradas progressivamente, ajudando a ressignificar novos laços emocionais.
Devemos chamar a atenção para a respiração, pois é fundamental nesse processo por ser a ponte energética entre pensamentos e sentimentos num fluir contínuo por todo o sistema, o que proporciona o despertar do espaço vazio, o espaço entre o inspirar e o expirar, o espaço atemporal onde a prática de meditação pode naturalmente fluir, proporcionando ao praticante, momentos de paz e quietude interior.
Monica Vidigall
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