Mova sua atenção ao centro do peito e penetre o seu coração em paz, com alegria, mas em silêncio... E sinta-o envolvido num calor morno – um fluxo de energia que acolhe e nutre seus pensamentos virtuosos.
A compaixão é uma qualidade natural, um aspecto da nossa verdadeira natureza que está adormecida em nós e que precisa ser despertada.
Esse despertar é muitas vezes doloroso, pois nos obriga a contemplar a fundo o sofrimento de incontáveis seres. Sem entender a sua tristeza, não podemos sentir compaixão. Mas, uma vez que tenhamos realmente compreendido o sofrimento, a compaixão começa a brotar sem que possamos impedi-la de fluir – neste estado há um “jorrar de compaixão”.
Entenda que, por enquanto, a nossa compaixão é tendenciosa. A compaixão que sentimos pela família e pelos amigos, por exemplo, baseia-se em nosso apego por eles. Mas todos os seres, por mais confusos que estejam, merecem a nossa compaixão.
Muitas pessoas perdem de vista o aspecto altruísta da prática espiritual – a busca sincera em ajudar o outro de forma desinteressada. Uma prática verdadeira não significa sentar, rezar e meditar, totalmente absorto em si mesmo, dentro de uma caverna distante ou em uma casa de retiro, não! A essência e o poder da prática espiritual estão no despertar da compaixão e no cultivo de um bom coração.
A compaixão ajuda a dissolver a mancha de nossas ações negativas desta vida e de vidas anteriores.
E o melhor é que você não precisa esperar um momento ou um lugar especial para demonstrar compaixão. Você pode praticar a compaixão em qualquer lugar, caminhando, falando ou dirigindo seu carro. Quando passamos a ver que todos que estão em busca de felicidade, conseguem apenas plantar sementes de sofrimento, conseguimos, aos poucos, sentir mais compaixão, mais amor e mais respeito por todos.
Não temos muito tempo para agirmos com raiva. E, se não pensarmos com clareza, podemos acabar criando mais problemas para nós e para os outros.
Então, diz o mestre, diante de qualquer situação, pare, respire... Examine a sua motivação para ter certeza de estar agindo com compaixão e não com raiva. Em seguida, pense bem sobre o possível impacto de suas ações. E, só então, fale e aja, mas sempre com muita bondade no seu coração.
Quando você age com compaixão, a sua mente fica mais flexível, mais espaçosa, e você consegue ver com mais clareza.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO (1)
Transformar o mundo em um lugar pleno de amor e paz é responsabilidade de cada um de nós
COMPREENSÃO / REFLEXÃO (2)
Não alcançaremos a paz no mundo se dependermos apenas das normas, das regras e dos critérios daqueles que estão no poder.
A raiz da paz é a compaixão pura.
Enquanto praticamos Yoga, calma e tranquilamente, muitas pessoas estão sofrendo os horrores da guerra, milhões estão passando fome e não tem o que dar de comer a seus filhos... Outras tantas estão agonizando em hospitais; Neste exato momento, algum pai ou mãe está recebendo um telefonema de um desconhecido informando que eles acabaram de perder um filho ou uma filha num acidente de trânsito...
Apenas observando de longe, indiferentes e isolados, nos tornamos insensíveis à miséria que nos cerca.
FAMILIARIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (3)
Então, nesse exato momento, procure expandir sua compaixão, ultrapassando os limites do seu apego egoísta... Pense em todas as pessoas que estão sofrendo neste exato momento.
Se imaginarmos vividamente a realidade dessas pessoas, nos mínimos detalhes, o desejo de aliviar o sofrimento desses seres irá surgir naturalmente...
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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