Banhados por essa sensação de calma e equilíbrio
Direcione sua atenção para dentro e deixe ir... Vá cada vez mais e mais fundo ao centro do seu Ser. Estar próximo do centro significa perder a Si mesmo... A dúvida virá, pois estar perto do centro significa a dissolução do ego.
Quando um rio está próximo do oceano o medo toma conta dele, pois estar perto do oceano significa perder a si mesmo. As margens se perderão, o rio se perderá – e todo o rio tenta voltar atrás. Mas não há jeito...
Do mesmo modo, se você sente um desejo profundo de se aproximar de seu próprio ser, se você sente um desejo profundo de se aproximar de sua verdadeira natureza, não há mais jeito de escapar. Você pode apenas retardar isso, brigando, lutando... tentando escapar..., mas você pode apenas adiar, pois esse desejo profundo está vindo de seu próprio ser...
O medo, a dúvida, está apenas na mente..., mas o desejo, o impulso de estar mais perto está vindo do âmago do seu ser. O medo e a dúvida surgem na mente, porque a proximidade significa a dissolução do ego.
Ao se aproximar de sua verdadeira natureza, seu ego terá de se dissolver, então, o ego começa a pensar: preciso escapar antes que algo aconteça; preciso escapar antes que eu me perca... eu preciso fugir.
E o ego lhe dirá continuamente para fugir, sair desse espaço interior, voltar à superfície, porque quando você se aproxima do Oceano, então o medo é mais profundo. E, então, você tem apenas duas opções: ou você escapa dele – como um ego, ou se funde nele - como luminosidade. Não há outra alternativa. Se você foge, bem no fundo de seu ser uma voz lhe diz que você está agindo errado; lá no fundo uma voz lhe diz que se você fugir terá de voltar. Mas quando você se aproxima, a mente diz: Onde você está indo? Tá louco? Assim, um conflito está criado - angústia e tensão são criadas, e você, mais uma vez, se perde...
E o mestre diz
Você pode apenas adiar... apenas isso. Mais cedo ou mais tarde você terá que se fundir com o oceano, porque nenhum rio pode escapar do oceano. E uma vez que você se aproximou, você já veio, e não há mais jeito de voltar. Não existe caminho de volta.
Perceba... Você está aqui, caminhou muito. E não apenas no espaço físico, mas no movimento interior, também. Você fez uma longa viagem. Por muitas e muitas vidas você tem viajado para chegar a este ponto.
Você o desejou, por isso está aqui – consciente ou inconscientemente -, você está aqui ouvindo o Dharma, contemplando o Dharma... E agora que o ponto está próximo a dúvida, o medo pode surgir...
Compreenda esse processo interno, mas não deixe que a dúvida e o medo tomem conta de você. Dê um salto! E esse salto não será apenas a dissolução do ego. Esse salto será um renascimento. Mas você não sabe e vê apenas a dissolução – o rio vê apenas o grande oceano à sua frente. Aquilo que está além, aquilo que está oculto atrás da dissolução, você não pode ver.
Mas ninguém pode renascer a menos que morra. Por isso a dissolução não é a meta, é apenas um começo. O velho desaparecerá e o absolutamente novo tomará o seu lugar. O novo está lutando no âmago do seu Ser; o velho está lutando na mente, pois a mente tem memória – e a memória é o velho, é o passado morto. Passado e futuro estão em luta dentro de você. Esse é o problema!
Agora depende de você. Se você está sendo dominado pelo passado, então você continuará adiando essa viagem interior, e poderá fazer isso por muitas e muitas vidas. Esta não é a primeira vez que você está adiando penetrar fundo em seu próprio Ser, não é a primeira vez que você está adiando explorar seu espaço interior. Você já perdeu a oportunidade muitas vezes antes. Muitas vezes você encontrou um Budha, um Mahavir e fugiu. Tentou evitar, fechou os olhos, voltou à superfície. Voltou a viver uma vida de fantasia. Várias vezes você tem feito esse jogo.
Mas esse jogo é natural para quem só está vendo a dissolução. O rio só consegue ver que se dissolverá, ele não consegue ver que se tornará o oceano. Como ele pode ver? Mas essa existência oceânica só acontecerá quando o rio desaparecer.
Da mesma forma, quando seu ego desaparecer, só então você saberá, verdadeiramente, quem você é.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO
O medo e a dúvida vêm da superficialidade da mente. O amor vem do centro do coração.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO
Criamos e cultivamos identidades falsas para viver nesse mundo de fantasia.
Mas quando todas essas identidades falsas, que criamos para provar o nosso valor aos outros, são dissolvidas... Quando esse abrigo (esse ego) que se tornou a nossa própria prisão é perdido, então o céu interior se abre infinitamente e você se torna ilimitado, sem fronteiras – você se torna o infinito.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Nos próximos minutinhos...
Saia da superfície da mente... E dê um salto em seu espaço interior...
Ouça o seu coração e sinta o seu coração vibrar
Então não há mais ontem, nem hoje...
Eu estou aqui e você está aqui...
Há um encontro.
E nesse aqui e agora, quando não existe mente, surge a comunhão...
Comunhão significa que eu não sou uma mente e que você não é uma mente, mas apenas que o seu coração se funde ao meu coração. Sem palavras, em profundo silêncio...
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
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