Se você pensa que praticar o Dharma significa simplesmente aprender novas ideias, seria melhor comer um doce, diz o mestre. Tenha clareza sobre isso: o entendimento por si só não pode ajudá-lo. Palavras não são realidade; conceitos não são realidade.
O praticante experiente pode falar da mesma coisa que os estudiosos e eruditos sobre o Dharma, a diferença é que a maneira como o praticante se expressa, toca o coração.
Você não precisa acreditar em nada para praticar o Yoga budista (Dharma). Basta você descobrir a verdadeira fonte de sua satisfação. O próprio Buddha dava ênfase à experimentação pessoal. Ele dizia: “não acredite em nada do que estou falando só porque eu estou falando”.
Antes de colocar esses métodos em prática, verifique se esses métodos fazem algum sentido pra você. Você está se tornando uma pessoa mais amorosa, menos agressiva, menos egoísta? A sua mente está em paz? Se você não encontrar nenhuma ligação, mesmo que pareçam maravilhosos, abandone esses ensinamentos e não se preocupe com isso – eles foram ensinados para outras pessoas.
A prática do Yoga budista ensina a desenvolver uma profunda compreensão de si mesmo e de todos os outros fenômenos. Portanto, o coração da prática de Yoga budista é o treino da mente.
Se você não tiver um método, nenhuma maneira de trazer o Dharma (os ensinamentos) para o seu dia a dia, você talvez fique melhor tomando uma Coca-Cola – pelo menos dizem que ela sacia a sua sede.
A ideia do Buddha é que enquanto praticamos o Dharma, nós mesmos somos o ponto principal. Quando praticamos o Yoga budista, estamos estudando a nós mesmos, a natureza de nossas próprias mentes.
Quem não conhece a própria mente, fica impedido de ver a realidade devido aos equívocos. A visão ocidental do que constitui uma doença mental é muito estreita. Já a visão do Dharma refere-se a uma mente que tende a exagerar ou subestimar as qualidades de uma pessoa ou objetos percebidos pela própria mente – essa mente sempre causa problemas, porque ela gera apego ou aversão.
Se você conhece a natureza de sua própria mente, se você conhece a verdadeira evolução de seus problemas, todos os seres vivos tornam-se seus amigos, seus mestres, em vez de serem inimigos e estranhos. À medida que você se torna mais sensível a sua mente e percebe que sua mente carrega inúmeras sementes de impaciência, intolerância, raiva, ciúme, apego e aversão, você também se torna mais sensível às mentes das outras pessoas. Você acha natural ter raiva e agir impulsivamente quando está com raiva – você justifica a sua ação com “ah, eu agi daquela maneira porque estava com raiva”; você acha natural ser impaciente, ser intolerante e reagir com agressividade (quando é atravessado), mas quando encontra outra pessoa com as mesmas sementes de sofrimento que você (raiva, impaciência, inveja, ciúmes), você a condena, você a critica e, muitas vezes, se torna agressivo com ela.
O mestre finaliza esse ponto dizendo:
A meditação (o treino da mente) ajuda a entender a sua própria mente e colocá-la em ordem.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO
Aquilo que sua mente acredita se torna real para você, seja isso a realidade ou não.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO
O seu mal é mal para você porque a sua mente o percebe assim e o chama de mal.
O que você considera bonito, feio, maravilhoso, saboroso ou de odor agradável ou desagradável é basicamente uma projeção da sua mente condicionada.
E a partir da interpretação que sua mente faz do mundo você se apega a essa visão – o que causa conflito e agitação.
Você, então, tenta empurrar a sua visão de mundo para os outros. Se eles concordam com o que você acha certo, eles são amigos, se eles discordam, são inimigos ou estranhos.
E toda essa confusão surgiu de uma mente condicionada, não da mente original, por isso, o sofrimento surge.
Seja calma ou inquieta pela esmagadora complexidade das visões dualistas, é útil lembrar que a verdadeira natureza da mente (a mente original) permanece clara, consciente e livre de sofrimento.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Nos próximos minutos, procure esvaziar sua mente de todas as certezas rígidas e mantenha a sua mente em contínuo estado de paz e felicidade.
Nesse estado, estamos próximos da nossa mente original e sentimos uma profunda paz.
Assim que essa sensação de PAZ e FELICIDADE surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário