No intervalo entre as meditações, ou seja, no nosso dia a dia entre as aulas de Yoga, a nossa experiência meditativa pode se tornar uma grande oportunidade para nos soltarmos e nos tornarmos mais leves – nós podemos olhar para fora e fazer contato com o ambiente em que estamos, e manter a mesma qualidade de nossa experiência meditativa.
Podemos perceber, por exemplo, que as coisas não são tão sólidas (tão estabilizadas e permanentes) quanto pensamos. Podemos perceber que há sempre algo acontecendo que não pode ser agarrado com palavras ou pensamentos.
Com a continuidade da prática da meditação, aprendemos a abrir mão do ego e passamos a aceitar as situações do jeito que se apresentam. Ao sair da meditação temos a oportunidade de olhar o mundo de uma outra forma, e considerar todos os fenômenos (todos os eventos) como sonhos, ou seja, nada sólido ou permanente.
Essa é a prática, essa é a meditação. Precisamos transformar essa compreensão em algo vivo na nossa experiência do dia a dia. Porque, na verdade, nós podemos continuar falando em descontração, relaxamento e paz mental, mas, aqui, nós temos a oportunidade de praticar essa leveza.
Na verdade, quanto mais percebemos a falta de solidez das coisas, mais nítidas elas nos parecem.
Ver todos os fenômenos como sonhos (como lembranças), representa um incentivo para deixar de vermos situações, pessoas e coisas como campo de batalha ambulante. Tudo está mudando o tempo todo e estamos fixando pessoas e situações como chatas, interessantes, bonita, feia – e sofremos! Porque tudo está em constante mudança.
Temos sentimentos muito fortes sobre bem e mal, certo e errado. Também sentimos que partes de nós são más ou perversas e outras partes de nós são boas e benéficas. E todos esses pares de opostos – feliz e infeliz, vitória e derrota, perda e ganho – vivem em guerra entre si.
Bem e mal coexistem, amargo e doce coexistem. Eles não são realmente opostos. É possível começar a abrir os olhos e o coração para essa profunda percepção e nos mover numa dimensão inteiramente nova.
Quando não estamos presos a nossas esperanças e medos, dispomos de uma nova forma de olhar. Passamos a ser atentos, despertos, gentis em relação a nossas aflições mentais. Nós as vemos com mais nitidez e clareza, com menos preconceitos, menos julgamentos e a sensação de que a nossa viagem não precisa ser assim tão pesada.
É simplesmente incrível como tudo está sempre em movimento.
MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)
ESCUTA / ENSINAMENTO
Onde quer que estejamos, podemos estar totalmente presentes.
COMPREENSÃO / REFLEXÃO
O mestre vai dizer:
Dedique a hora de tomar chá apenas para tomar chá.
Enquanto estiver se alimentando, procure guardar o celular, não assista a TV, não converse – apenas se alimente sentindo o aroma, a textura e o sabor dos alimentos.
Apenas sinta aquilo que você está sentindo “naquele momento”, seja interessado e curioso.
Viva cada momento como um momento novo.
Na verdade, tudo é novo, cada instante é novo e uma oportunidade para o despertar. Mas, insistimos em nos distrair e perdemos o sabor do instante.
FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Nos próximos minutos...
Repouse sua atenção na respiração...
Observe as sensações que surgem a cada inspiração e a cada expiração, sem diálogos internos, sem distração.
Devido ao hábito os pensamentos irão surgir e passaremos a nutrir esses pensamentos, nos distanciando de nós mesmos.
Percebendo isso, seja gentil em relação a sua distração e volte a observar a sua respiração.
Assim que essa sensação surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.
Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.
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