Morte e Impermanência

O segundo dos Quatro Pensamentos que Transformam a Mente é a meditação sobre a impermanência.
O primeiro pensamento, que estudamos no nosso último encontro é sobre a preciosidade de se ter um corpo humano, e o segundo, que estudaremos hoje, é sobre esse corpo ser apenas transitório.

O propósito de refletir sobre a impermanência é inverter a tendência prejudicial da mente humana de ver as coisas como sendo mais estáveis (mais fixas, mais sólidas) do que são.
Temos a tendência de sustentar uma visão pessoal onde doença e morte só acontecem com os outros. “Você vai morrer, mas eu não, pelo menos só daqui a longo tempo” (não é assim que pensamos?).

O Buddha ensinou que todos os fenômenos são impermanentes, tudo está em fluxo o tempo todo. Ele dizia que tudo que ascende a uma posição elevada cairá para uma posição mais baixa, tudo o que se unir irá se separar, tudo que for ganho será perdido, e tudo que for criado será destruído. E não tem jeito, essas são verdades universais.

Qualquer situação, qualquer fenômeno que depende de condições para existir, passará. E isso inclui relacionamentos, posses materiais e os nossos próprios corpos. Quando negligenciamos a nossa própria impermanência (a nossa transitoriedade), há uma tendência natural de tentar fixar as coisas boas que nos acontecem. Nós nos fixamos a pessoas agradáveis, aos familiares, as nossas posses e, assim, tentamos criar um ambiente confortável. Isso é chamado de apego e, quando adotamos esse padrão de segurar as coisas, há apenas duas possibilidades: o objeto de apego vai desaparecer em algum momento ou nós iremos desaparecer. Não há outra possibilidade. Uma vida dominada pelo apego ainda é governada pela impermanência. Não importa o quanto eu me apegue a um celular, um carro, a minha saúde, a minha esposa ou marido... um dia eu ou eles irá desaparecer.

Buscar felicidade e evitar o sofrimento é o eixo central de nossas vidas, e os sentimentos e comportamentos que essas buscam geram têm um enorme impacto em nossas vidas.

Ao contemplar a preciosidade e a raridade de nossas vidas, reconhecemos que a vida está passando, neste exato momento. Nunca mais teremos esse dia. Essa enorme oportunidade passa rapidamente e então chega a um ponto final. Quando o seu corpo deixar de existir, a sua vida humana preciosa terá chegado ao fim. Contemplar a preciosidade e a impermanência da vida serve como incentivo. Se houver algo que valha a pena fazer aqui, faça – não desperdice o seu tempo.

A meditação sobre a impermanência é um toque de despertar. O objetivo não é assustá-lo(a), mas despertá-lo(a) para as oportunidades que você tem agora, mas... percebendo que elas estão disponíveis por um tempo limitado.


MEDITAÇÃO (ESCUTA, COMPREENSÃO e FAMILIARIDADE)

ESCUTA / ENSINAMENTO
Quando aceitamos nossa própria impermanência, passamos a ter a aspiração de não perdermos tempo com atividades sem sentido ou comportamentos que criem mais insatisfações.


COMPREENSÃO / REFLEXÃO
Há momentos em que estamos livres de sofrimento físico e das aflições mentais – momentos em que gozamos de plena saúde; momentos em que não estamos com raiva de ninguém; momentos em que não culpamos ninguém pelos nossos erros e fracassos, momentos em que nos sentimos seguros e confiantes..., mas esses momentos não duram pra sempre.
Não demora muito até que o nosso corpo se torne novamente desconfortável (ou doente), e que nossa mente esteja perturbada por preocupações e infelicidade. Qualquer problema que possamos superar é apenas uma questão de tempo para que outro surja e tome o seu lugar. Não é assim?


FAMILIARIDADE / MEDITAÇÃO
Nos próximos minutos
Deslize sua atenção ao centro do peito... 
E por instante pense na sua aspiração mais significativa como ser humano.
E, então, desperte o seu bom coração e procure se conectar com sua bondade essencial.

Assim que essa sensação de AMOR surgir, procure retê-la em sua mente, dentro de seu coração, sem se distrair, por três (3) a vinte e quatro (24) minutos.

Ao terminar...
Tentamos levar esse “sentimento; sensação” conosco durante o intervalo entre as meditações.

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